22 de set. de 2012

Capítulo 19

Our innocence, and all the promise



Pov. Zac

Ok, problemas.
Ele não me bateu. Ele não me xingou. Ele não ameaçou me mandar pra conhecer Deus pessoalmente. Ele só... ficou quieto.
— Josh?
— Que é, Zac.
— Desculpa, cara...
— Eu já desculpei, tá bem? Me deixa, meu. Por favor.
— Mas você não vai brigar? Não vai dizer que vai me matar? — Ele deu um sorriso sem humor.
— Você as vezes é um tanto estranho sabia? Sério, Zac. Por favor.
Ok, problemas graves.
Fiz merda, eu sei. Mas, precisa se fechar desse jeito? Eu nunca vi ele assim! Eu já fiz isso antes com ele e Jenna, e nunca deu nada. Na verdade, ela gostava.
Mas Josh ainda está triste daquele jeito.
Nisso tudo podemos chegar a duas conclusões:
Nº 1: Mulheres são bichos estranhos e incompreensíveis.
Nº 2: Josh tá gostando mesmo da ruivinha.
E agora ela tá com raiva dele por minha causa... bem, as vezes eu não sou o melhor irmão do mundo mesmo. Mas as minhas qualidades incontestáveis não vêm ao caso agora. O que eu preciso mesmo fazer e juntar esses dois. Mas... como?
Hum... vamos ver. O que fazemos quando temos uma pergunta quase impossível de responder? Perguntamos ao celular!
Vamos começar com a agenda...
Rebecca, Rose, Samuel, Sarah, Sheron...
SARAH, YEAR.


[...]


Pov. Josh

Acordei. Seis e quarenta da manhã.
Eu tenho que levantar antes de Belle.
Bem... acho que já está na hora de ensinar a Belle uma lição, certo? Essa coisa de acordar todo dia mais cedo só pra não levar banho já tá bagunçada. É, é isso. Vou ensinar uma lição à pequena.
Minha mãe já tava levantada, como sempre.
— Isabelle já acordou? — Perguntei bocejando.
— Não, tá dormindo ainda. Pode acordá-la Josh?
— Mas claro que sim! — Sorri. Ainda de pijama, peguei um copinho d’água e fui até o quarto de Belle.
Abri vagarosamente a porta para não acordá-la. Legal, agora a pequena vai levar o troco, que eu sempre prometo. Hahaha.
Abri até o meio. Quando estou quase entrando, o balde que estava em cima da porta cai em cima de mim. E sim, ele estava cheio d’água. Droga.
— Vocês nunca aprendem...! — Ela disse rindo da minha cara ensopada e indo até o banheiro.
— Ei, Josh
— O quê?
— Muito esperto da sua parte, tá aprendendo. Mas você ainda tem muito caminho pela frente pra se tornar um expert. — Ela disse e riu mais.
Ok, estou com medo agora.
Isso não é certo. Ela só tem 9 anos de idade! Deus, eu mereço.
Voltei para o meu quarto e me troquei. No banheiro fiz minha higiene matinal e fui pra cozinha.
— Não vou pra aula hoje... — Eu disse me sentando.
— Por quê? — Minha mãe disse.
— Peguei muita chuva ontem, tô meio resfriado.
— Ah, tudo bem querido.
O resto do café da manhã passou normal. Nate, minha mãe, Belle e Zac conversavam bobagens. Eu sei que estava aéreo. Mas... tenho meus motivos.
Terminei e fui para o meu quarto. Fui no intuito de terminar a música que comecei outro dia, mas não dava... não era o que eu queria escrever agora. Quero colocar pra fora o que estou sentindo. Peguei a caneta e comecei a escrever outra.

Eu estou do lado de fora
E eu estive esperando pelo sol
Com meus olhos bem abertos
Eu vi mundos que não se encaixam
Minha boca está seca
Com palavras que eu não consigo verbalizar
Me diga por que
Nós vivemos assim
Pois nós estamos quebrados, o que nós devemos fazer para restaurar?
Nossa inocência, e toda a promessa que adoramos
Nos dê a vida novamente, pois nós só queremos estar inteiros.

[...]

— JOSH! — Minha mãe me gritou.
— Eu! O quê?
— Vamos a casa da Christie agora.
— Como é?
— Vamos a casa da Christie agora. Vamos ver como está Hayley.
— Mas mãe, eu...
— Josh, vamos logo.
Ela veio até mim e agarrou meu braço me puxando pra fora de casa como se eu fosse uma criança.
Isabelle e Zac já estavam lá fora. Entramos no carro e minha mãe seguiu.
Chegamos em menos de 10 minutos.
— Oi Chris! — Minha mãe disse assim que Christie abriu a porta. Elas se abraçaram e nós entramos.
— Hayley está aí? — Perguntou Zac assim que entramos.
— Não, ela foi ver as irmãs. Já deve voltar.
— Ah, tudo bem.
Eu entrei de fininho, cumprimentei Christie e tudo mais, fui educado. Mas ainda me sentia mal pelo que Zac fez. Ela deve estar me odiando agora.
Todo mundo conversava animadamente. Eu também participava de vez em quando.
Fui andando pela casa e olhando tudo. Tinham vários quadros, era uma bela casa.
Entrei em um corredor, e me deparei com uma porta. Estava aberta. Entrei no quarto. Paredes rosas e brancas, um grande piano de calda, uma cama, uma estante com algumas bonecas, posters e CD’s... sem dúvida, o quarto de Hayley. O perfume dela tomava o lugar.
O piano... parecia extremamente antigo. Sentei-me à ele. Abri o compartimento que guardava as teclas e as toquei. Comecei fazendo um Em7. Peguei o papel no meu bolso e comecei a tocar e cantar.

I’m outside, and I’ve been waiting for the sun
With my wide eyes,
I’ve seen worlds that don’t belong.
My mouth is dry, with words I cannot verbalize.
Tell me why we live like this...
... ‘cause we are broken. What must we to do restore?
Our innocence, and all the promisse we adored.
Give us life again, ‘cause we just wanna be whole...

Estava inspirado. Tocava calmamente sobre aquele piano sem prestar atenção no resto.
Vi a porta se abrir vagarosamente. Gelei.
A garota veio andando com dificuldade pelo peso do gesso.
— Que... lindo! — Ela disse boquiaberta.
— Hayley, me desculpa, eu tava andando e vi o seu quarto e aí eu vi o piano e fui...
— Josh, não, tudo bem. Continua. Tava lindo.
Olhei pra ela e pro piano.
— Ainda não terminei. Comecei a escrevê-la hoje.
— Hum... sei. Posso te ajudar? — Ela pediu.
— Por favor. — Sorri. Ela veio com dificuldade e se sentou ao meu lado no banquinho.
— Que tal... Lock the doors, ‘cause i’s like to capture this voice...
— Ficou ótimo! — Eu disse. Ela realmente sabe compor!
— Obrigada.
Ficamos durante uma hora mais ou menos compondo. A música, We Are Broken, tinha realmente ficado boa.
— Falta alguma coisa...
— O quê?
— Algo entre as primeiras estrofes e o refrão.
— Hum... não sei o que fazer.
Ela pensou um pouco e sorriu. Pegou a caneta e escreveu.
Keep me safe inside, in your arms like towers. Tower over me...
Olhei. Nossa, que... perfeito.
— Gostou?
— Adorei.
— Me inspirei em ontem, sabe... — Ela sorriu de canto. — Se não fosse você...
Eu sorri e a olhei profundamente. Seus grandes olhos verdes brilhavam.
— Vai, canta. — Ela disse.
— Eu não sei o rítimo.
— Assim.
Ela começou a cantar a pequena parte que ela mesma compôs.
Fiquei maravilhado. Que voz linda essa menina tem!
— Nossa... você canta muito, Hayles!
— Ah, que isso...
— É sério. Tenta cantar a música inteira. Fica muito melhor na sua voz.
— Não, Josh, eu...
— Por favor.
— Tá bom... — Ela se deu por vencida. Abri meu sorriso vitorioso.
Ela cantou a música. Sim, ficou bem melhor na voz dela. Ela sabe cantar, ela... é incrível nisso.
Bati palmas.
— Incrível. Você é incrível... — Ela sorriu de canto. — Sabe Hayley, me desculpa por ontem, pelo Zac... não era a minha intenção, poxa. Ele descobriu, ele é meu irmão, sabe? Ele sabe tudo de mim e eu dele. Ele não contou pra ninguém, eu te juro! Ele só disse aquilo pra você de brincadeira, você sabe como é, ele sempre faz isso... me desculpa.
— Tudo bem Josh... eu também fui errada. Devia ter esperado você falar... tá tudo bem. — Ela sorriu e nós nos fitamos.
Como era bom ficar tudo bem.

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