23 de set. de 2012

Capítulo 40

Kiss you taste you all night, always



Pov. Hayley

— Tem certeza que não esqueceu de nada? — Josh me perguntou pela oitava vez naquela manhã.
Estávamos na minha garagem colocando as malas no carro de Scott.
— Eu já te disse sete vezes que não. Qual é o problema com você? Tá surdo? Que droga.
— É só que eu tô com aquela sensação de que esqueci alguma coisa...
— Então você esqueceu. Eu não.
Ele me olhou e começou a rir.
— Qual é a graça?
— Você fica linda quando está com raiva.
— Vai à merda. — Revirei os olhos, bufei, e coloquei o violão dentro da mala. Até que senti as mãos dele na minha cintura e a sua respiração fresca no meu pescoço acompanhada dos beijos que ele estava deixando ali.
Impossível não sorrir. Ele sabe como aliviar minha tensão.
Me virei e agarrei seus braços, aprofundando um beijo.
— Ei, parem com isso! — Minha mãe disse entrando na garagem. Josh se afastou rapidamente e colocou as mãos nos bolsos. Mordi o lábio inferior tentando abafar uma risada. — Se começarem com isso vamos ficar aqui o dia inteiro. Terminem de por as malas dentro do carro.
— Já terminamos, mãe.
Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas desistiu e foi em direção a cozinha.
Eu ri.
— O que foi?
— Você fica lindo quando está com vergonha.
Ele riu também.
— Sua mãe não gosta de mim.
— Ah, deixa de bobagem. Ela adora você. É só que você fica muito vergonhoso quando tá perto dela.
— E o que você quer que eu faça? Ela sabe que você... ah, Deus. E ainda sabe que fui eu quem... Não. Não dá pra não ficar com vergonha, Hayley.
Eu ri.
— Você é um bobo, sabia? — Fui em sua direção e passei uma mão pela sua cintura e a outra pela nuca, puxando ele pra baixo e lhe dando um beijo.
— O bobo que te seduz, rawr. — Ele disse assim que nos afastamos e eu ri. Dei um tapa no seu peito e me virei para fechar o porta-malas.
— E aí, estão prontos? — Scott disse chegando na garagem, com a chave do carro balançando nas mãos. Fizemos que sim com a cabeça e entramos no carro.
Ele deu a partida e eu coloquei o cinto de segurança. Passei a mão pelos bolsos e... Opa.
— Espera! Não começa ainda, eu esqueci de pegar meu celular.
Josh deu uma gargalhada.
— Eu não disse?! “Eu já te disse não-sei-quantas vezes que não esqueci de nada, você é um surdo, blábláblá” — Ele disse afinando a voz para se parecer comigo.
— Cala a boca. — Revirei os olhos e peguei a chave da casa com a minha mãe. — Volto em dois minutos.
Entrei dentro de casa e achei o meu celular em cima da minha cama. Coloquei-o no bolso e voltei para o carro, onde Scott começou a dirigir em direção ao aeroporto.
Chegando lá, Scott encontrou a sua filha mais velha — Melanie — para levar o carro para a casa dele. Melanie é a irmã mais velha de Marcus, o outro filho dele.
Ela era bem parecida com ele, tinha olhos e cabelos escuros e um corpo bem bonito. Devia ter no máximo 25 anos. Scott fez questão de nos apresentar a ela.
Ela cumprimentou minha mãe (elas já se conheciam).
— Esses são filhos de Christie? — Ela disse.
— Não, apenas Hayley. — Respondeu Scott — O rapaz é Josh, namorado dela.
— Oi Josh! — Ela disse e Josh estendeu a mão para um aperto. Ela o abraçou.
Vaca! Mil vezes vaca!
— Oi, dá licença. — Eu disse tentando tirá-la de Josh, que estava corado. — Sou Hayley Williams. — Eu disse e estendi a mão pra pedófila. Ela apertou minha mão e deu um sorriso falso.
— Melanie Gilbert.
— Já sei o seu nome. — Respondi seca e puxei Josh para perto de mim. Ela riu falsamente outra vez e passou uma mão pelos cabelos. — Amor, vamos comprar um refri? — Disse me virando para Josh e dando ênfase no “amor”.
— Claro.
Passei meu braço pelo dele novamente e fui andando até a lanchonete que ficava dentro do aeroporto.
Eu tinha refri na minha mala menor. E sim, iria pagar três vezes mais do que um refri em qualquer lugar custa. Mas dane-se, não deixo Josh perto daquele pedófila vaca.
— E aí, gostou da sua irmãzinha mais velha?
— Irmã o caral...
— Hayley!
— É sério. Quantos anos aquela vaca tem? 25? Você só tem 17, caramba! Como ela tem coragem de dar em cima de você na cara dura?! Sou irmã do capeta, mas não sou daquela vaca.
— Você fica linda quando tá com ciúme. — Ele disse rindo.
Revirei os olhos.
— Ela não tira os olhos daqui. Que inferno de mulher!
— Hey — Ele disse e pegou meu queixo com a mão —, eu sou seu, ok? Não precisa sentir ciúme da sua irmãzinha.
— Irmã é o caral... — Eu ia terminar a frase quando ele se aproximou e me beijou.
Sorri.
— Se você der outro abraço nela, você morre. Ok amor? — Eu disse ainda rindo.
— Que medo.
Eu ri.
Paguei os 6 dollares na latinha de coca e voltamos para onde minha mãe, o namorado dela e a filha vaca do namorado dela estavam. Felizmente logo fomos chamados para entrar no avião.
E eu nem fui grossa com ela na hora de me despedir. Notaram a ironia? Que bom.
Entramos no avião. A nossa poltrona ficou mais pro fundo. Guardei minha mala e peguei todos os salgadinhos e iogurtes que eu separei para comer no vôo. É lógico que eu sei como a comida de avião é horrível.
Josh colocou os fones de ouvido e nós nos acomodamos nas poltronas. Depois da aeromoça falar um monte de coisas não-importantes para serem citadas aqui, o avião decolou.
— O que você está escutando? — Eu perguntei e Josh tirou um dos fones, demonstrando que não tinha escutado o que eu disse. Peguei um fone da mão dele e coloquei no meu ouvido.
— Hear You Me. — Eu disse e sorri. — Amo essa música.
— Eu amo Jimmy Eat World.
— Eu também.
— Pois é... sabe, eu até coloquei isso como ‘preferencia musical’ naquele site de encontros. Eu não né, o Zac colocou pra mim. Ele fez o meu cadastro.
— Jeremy e Sarah fizeram o meu, então... eu não sei o que eles colocaram lá.
— Seja lá o que for, concorda que fomos feitos um para o outro.
Eu sorri com isso.
— Jeremy e Sarah... como será que eles vão ficar? Estou preocupada com isso.
— Não se preocupe com eles. Você mesma disse. Não tem o que fazer... deixa rolar pra ver o que acontece.
— Só queria que nenhum deles se machucasse.
— Isso já é difícil... a não ser...
— A não ser o quê?
— Que Brendon e Jeremy concordassem em ser os dois namorados de Sarah. — Ele disse rindo.
— Isso foi a coisa mais idiota que eu já ouvi. Dois namorados?
— É. Bem... todos ficariam felizes. — Josh me olhou sério.
E depois começamos a gargalhar.
— Ok, foi uma idéia idiota mesmo. — Ele disse rindo.
— É, foi. Eu não sabia desse lado da sua imaginação.
— Nem eu, pra dizer a verdade.
Apoiei minha cabeça no ombro dele. E ele começou a dar risadas.
— Que foi?
— Estou lembrando daquele dia no restaurante.
— O elevador?
— É. — Ele disse ainda rindo. — Senhor, como eu detestei tudo aquilo! Desculpa, Hayley, mas você era muito chata!
— A chata que te seduz, rawr. — Eu disse e o beijei rapidamente. Ele riu.
— Você tem que parar de roubar as minhas frases.
— Tenho nada. O que é seu é meu, babe.
— Como é que é? Não somos casados, babe.
— Não?! Já se esqueceu do que houve há 10 anos atrás? Eu não me lembro de divórcio nenhum, então, sim, nós somos casados e as suas frases são minhas.
— Ahn, ótimo. Então eu posso chamar o Jason de vaca pedófila também.
Gargalhei.
— Só se você quiser uma briga. — Eu disse e ele riu. Comecei a cantarolar a música que estava escutando: — May angels lead you in... Hear you me my friends... On sleepless roads, the sleepless go. May angels lead you in...
— Você cantando essa música é a coisa mais linda que eu já ouvi, sério.
— Mentiroso.
— Não, é sério. — Ele disse rindo. — Eu não minto pra você.
— Aham, eu sei.
— É sério!
— Tá.
— Hayley, você tem a voz mais linda que eu já escutei, eu não estou brincando. — Ele disse sério.
Engoli seco e cheguei perto dele, dando-lhe um beijo demorado.
— Você é o mentiroso mais lindo que eu já vi mentir. — Eu disse e ele riu.
— Ai meu Pai. Tem como argumentar com você?
— Ahn... Não.
— Foi o que eu pensei. — Ele disse fazendo que não com a cabeça.
Apoiei minha cabeça no ombro dele outra vez e ele apoiou a cabeça dele na minha.
Três horas depois, meus salgadinhos haviam acabado, e graças a Papai do Céu, a viagem também.
Pegamos nossas malas (e o violão de Josh) e nos juntamos a minha mãe e Scott.
Chegamos à Califórnia.
Pegamos um táxi até uma empresa de aluguel de carros. Alugaríamos dois, afinal, eram dois casais querendo passear por lugares diferentes.
Dentro do táxi os olhos de Josh pareciam brilhar. Ele olhava com curiosidade toda a Los Angeles a nossa volta. Do aeroporto dava pra ver a praia de Manhattan, e agora ela ia desaparecendo conforme o táxi saía.
— O que deu em você de querer voltar pra Franklin?
Eu ri.
— O lugar é legal. O problema são as pessoas.
— Ahn, claro.
— É sério, Josh, se você viesse morar aqui iria ficar bem sozinho. E mesmo sendo muito gos... bonito, eles iriam te zoar por você ser do TN. Você viraria o caipira da escola.
Ele gargalhou.
— Não tenho sotaque caipira.
— Não?! — Eu ri. — Fala sério, né. Todo mundo de Franklin tem sotaque caipira.
— Que ótimo. — Ele disse revirando os olhos.
Chagamos ao lugar. Alugamos um carro básico e Josh foi dirigindo atrás de Scott até o hotel. Chegamos lá e fizemos a hospedagem. Não foi difícil convencer minha mãe para ficarmos em um quarto para cada casal.
Eram 3h30 da tarde quando terminamos de guardar todas as malas e nos acomodarmos em cada suíte. Então fomos para o restaurante do hotel.
— Ei garotos — disse Scott. —, vocês têm programa pra hoje a noite?
— Não. — Respondi por Josh e por mim.
— Porquê? — Josh perguntou.
— Eu comprei uma coisa pra vocês. — Ele pegou um papel do bolso. Na verdade, eram dois papelzinhos. Peguei da mão dele e li.
Inacreditável.
— O que é? — Josh.
— É um show! BLINK-182 HOJE, JOSH! — Eu gritei.
— Blink-182? Oh!
— Poxa... valeu, Scott!
— De nada. Isso é pra tirar a má impressão que a Mel causou.
— Que isso, não tem problema com a Melanie.
— Você ficou bem irritada com ela. — Minha mãe disse.
— Ah, não fiquei; Valeu, Scott, de verdade! Eu adoro Blink.
— Eu também, obrigado. — Josh.
Depois disso eu subi com Josh para a nossa suíte.
— Cara, dá pra acreditar? São VIPs! — Josh disse.
— Pois é. — Eu disse.
— Você acha que ele só tá fazendo isso mesmo por causa da Melanie?
— Não sei... Só sei de uma coisa: se ele está tentando me comprar... Ele está conseguindo. Caraca, Blink-182! — Josh gargalhou e se aproximou, me beijando.
— O show é só as 22h... o que quer fazer até lá? — Perguntei.
— Vamos à praia. — Ele disse com os olhos brilhando e eu ri.
— Certo, vamos à praia de Manhattan, que fica perto.
Josh foi se trocar (se é que vestir uma bermuda é se trocar) e eu também. Vesti meu biquíni com uma blusa por cima e um short. Avisamos minha mãe e saímos.
Com o pequeno mapa que Josh havia comprado no aeroporto não foi difícil achar a praia. O mar estava calmo e não havia muita gente. Algumas mulheres tomando sol e alguns grupos de jovens espalhados, mas nada muito tumultuoso. Havia alguns rapazes jogando vôlei, também.
Josh tirou a camiseta e olhou o mar.
Ele iria mergulhar.
— Vem comigo? — Ele perguntou. Eu fiz que não com a cabeça e coloquei meus óculos escuros, sentando na areia. — Ahn, por favor? — Ele fez uma carinha impagável.
— Não quero passar duas horas arrumando meu cabelo. Temos um show para ir hoje, lembra?
— Você que sabe. — Ele disse dando ombros e foi correndo até o mar.
Quando ele mergulhou eu não pude deixar de sorrir. Parece que a cena ficou em câmera lenta: Ele inclinou o corpo para frente, mergulhando na pequena onda que vinha e saiu, balançando a cabeça para os lados e espalhando gotículas de água.
Que lindo, Deus.
Peguei o protetor na pequena bolsa que trouxe e comecei a passar pelo meus braços enquanto apreciava Josh brincar como uma criança com a água.
Mergulhava, voltava, nadava, mergulhava novamente... E foi assim por uns 30 minutos.
Até que ele saiu. E pareceu que a cena ficou em câmera lenta novamente: Ele saia da água correndo, todo molhado, sem camisa, passando a mão pelos cabelos e pelos braços fortes, sorrindo.
Que. Coisa. Linda. Só isso.
Chegou até mim e me deu um beijo molhado (literalmente). Agarrei a sua nuca.
— Sabe, linda, não tem graça sem você. — Ele murmurou na minha orelha e eu me levantei para fugir, mas ele já tinha agarrado minhas pernas e me pegado no colo.
— JOSHUA NEIL FARRO, ME SOLTA AGORA, VAMOS! — Eu disse e ele sorriu malicioso. Comecei a gritar alto. Gritei para ele me soltar, mas não adiantou. Ele me levou até onde o mar alcançava a sua cintura.
— Eu prometo não molhar o seu cabelo se você prometer ser boazinha comigo. — Ele disse sorrindo malicioso.
— DROGA JOSH, ME SOLTA! — Eu gritei novamente.
E ele me soltou.
Caí na água me molhando até o pescoço, pois consegui levar o pé ao chão.
— Seu cretino! — Gritei e me levantei.
— Cretino que você não vive sem. — Ele disse rindo e me pegou pela cintura.
— Você tem que parar com isso. — Eu disse sorrindo. Ela agarrou minha cintura e me puxou pra ele.
Peguei no seu cabelo e aprofundei o beijo.
Os lábios dele estavam gelados e ligeiramente salgados por conta da água, o que fazia daquele momento único. Seu piercing estava mais frio do que nunca, o que me fazia arrepiar.
Passei a mão pelos braços e pelas costas dele. Ele apertou minha cintura para mais perto dele. Senti o volume na sua bermuda, o que me fez sorrir.
— Agora que você me sacaneou, eu vou sacanear você. — Eu disse baixinho no ouvido dele e comecei a beijar e chupar o seu pescoço, sem deixar marca.
Ele virou a cabeça e parece que eu pude ver ele morder seu lábio inferior para reprimir um gemido.
Voltei para o seu rosto e lhe dei um último beijo ardente. Comecei a andar para fora da praia.
— Peraí, Hayles! Espera! — Ele gritou e eu continuei saindo.
Ele não podia sair. E eu sabia disso.
— Isso é pra você aprender a não me jogar na água, bonitinho. — Dito isso eu joguei um beijo no ar pra ele e sorri maliciosamente, voltando para o meu lugar na areia.
Me enxuguei com a toalha e ele continuou lá, fingindo que queria nadar até ele “se acalmar”. Eu gargalhava toda vez que ele me olhava com raiva, e com cara de “vai ter volta”.
10 minutos depois ele saiu novamente da água.
Eu gargalhei e ele me olhou com raiva.
— Você me paga, Hayles. — Ele disse sério se sentando ao meu lado, até não agüentar mais e sorrir também.
— A culpa é toda sua. Se não tivesse me arrastado pra água forçado não teria acontecido.
— Eu vou me vingar, só digo isso.
— Ah, tá. — Eu disse rindo. — Eu morro de medo das suas vinganças.
Eram quase seis e pouco da tarde quando nós voltamos. A essa hora em Franklin já estaria tudo escuro, mas aqui o sol ainda se punha. A paisagem era linda.
Chegamos no hotel molhados e cheios de areia, mas é claro que ninguém notou e nem achou isso estranho. Notaram a ironia? Que bom.
Eu e Josh subimos para a suíte e eu combinei de ir tomar banho primeiro, para nós nos arrumarmos para o show que seria dali a pouco. Combinamos de chegar as oito, para não enfrentar filas grandes demais.
Em vinte minutos eu tomei meu banho. Saí do banheiro enrolada na toalha e Josh correu para o banheiro.
Como eu não tinha camiseta da Blink eu decidi usar uma camiseta cinza com uma caveira em cristais, uma calça jeans preta e meu all star. Estava abotoando a calça quando Josh saiu com a toalha enrolada na cintura. Seu peitoral definido tinha gotículas de água. O cabelo dele estava molhado e meio caído no rosto e o cheiro de sabonete tinha invadido todo o quarto. Mordi o lábio inferior tentando afastar os maus pensamentos.
Me sentei na cama para amarrar os cadarços do meu all star. Ele tirou a toalha da cintura ficando apenas com a box. Sim, felizmente (ou não) ele estava de box, e ainda assim, era uma bela paisagem. Passou a toalha pelo cabelo algumas vezes, secando-o.
Concentrei-me na amarração do tênis.
Ele pegou uma calça jeans meio rasgada na mala e vestiu rapidamente, ficando agora, vestido quase decentemente. Colocou uma camiseta xadrez azul de abotoar.
Comecei a minha maquiagem e ele começou a calçar o tênis. Depois de feito, ele passou uma mão pelo cabelo e disse que estava pronto.
Ele não penteia o cabelo. Simplesmente passa a mão nele molhado. E... como eu amo isso.
Fiz uma maquiagem bem básica e passei a chapinha no meu cabelo uma ultima vez.
— Vamos? — Eu perguntei. Ele estava sentado na minha cama e fuçando no celular, esperando eu terminar.
— Hallelujah! — Ele disse revirando os olhos. Veio até mim e me deu um selinho.
— Ok, vamos ver se estamos levando tudo. — Eu disse.
— Certo.
— Câmera?
— Confere.
— Dinheiro?
— Confere.
— Ingressos?
— Er... — ele passou a mão pelos bolsos e revirou o quarto com os olhos, até ver os ingressos em cima do criado-mudo. Ele pulou e pegou os ingressos, enfiando-os no bolso. — Confere.
— Então vamos. — Eu disse e nós fomos.
Bati levemente pela porta da minha mãe. Ela não abriu. Decidi gritar.
— Mãe, eu e Josh estamos indo ao show, tá?
— Não volte muito tarde.
— Ok.
Passamos pela recepção e fomos até o estacionamento do hotel. Pegamos o carro e o mapa, que estava nele. O show não seria muito longe dali. Josh começou a dirigir.
Não demorou muito e nós chegamos. A fila estava enorme.
Josh teve que estacionar o carro bem longe de onde seria o show. Entramos na fila.
As 8h30 eles abriram os portões do estádio. Eu e Josh fomos para bem perto do palco. Era o ingresso mais caro.
Scott não era fraco mesmo.
Tinham poucas pessoas da VIP lá, graças a Deus. As arquibancadas e pista já estavam lotadas.
A Blink-182 ainda se atrasou vinte minutos, mas enfim, eles entraram. Começamos a gritar. Já tinha bastante gente e estava aquele empurra-empurra do show. Nada demais.
Eles começaram tocando Down. Josh tirou algumas fotos deles.
Começamos a pular, gritar e cantar a música.
Foi um show de rock, afinal. Algumas pessoas na pista foram expulsas por brigarem, fãs malucos tentaram ir ao palco para abraçar Tom, pulei e gritei tanto que achei que fosse sair dali sem pernas ou cordas vocais. Foi incrível.
Eles encerraram o show com Always, agradeceram o público e as pessoas começaram a sair.
Alguns minutos depois eu e Josh já estávamos fora do estádio.
— E aí, gostou? — Perguntei.
— Foi ótimo, caramba! — Ele disse entusiasmado. Fomos andando, cantando algumas músicas e olhando as fotos enquanto caminhávamos em direção ao carro. Entramos.
Josh começou a dirigir e nós íamos comentando o show. Eu estava tão elétrica ainda que nem vi que ele não estava indo em direção ao hotel. Só percebi quando ele estacionou o carro.
— Que foi, você se perdeu? — Eu perguntei.
— Não, é claro que não. — Ele disse abrindo a porta e saindo do carro. Confusa, eu fiz o mesmo.
— Então por que nós não estamos no estacionamento do hotel? — Eu perguntei e fechei a porta do carro. Ele veio andando até mim.
— Porque chegou a hora da vingança. — Ele disse sorrindo e eu comecei a correr.
Estávamos no estacionamento da praia de Manhattan.
Corri o máximo que pude até ele me alcançar, já na areia. Ele me pegou no colo e foi andando em direção ao mar.
Não havia ninguém na praia, afinal, eram mais de meia noite.
— Não, Josh, por favor, não faz isso! — Eu implorava enquanto ele continuava a me levar nos braços. Tentei me debater, mas ele era muito forte mesmo. Com uma mão ele tirou o celular do meu bolso e o do dele, jogando-os na areia, e continuou andando.
Novamente ele chegou até onde a água dava na sua cintura e então, ele mergulhou comigo no colo.
A água não estava tão fria. Outra coisa boa da Califórnia: Até a noite é quente.
Eu estava completamente molhada. Josh sorria. Ele chegou ao meu ouvido e começou a cantar.
— Come on, let me hold you, touch you, feel you, always. Kiss you, taste you, all night, always... — Ele cantou baixinho e eu senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo. Ele não estava apenas cantando. Ele estava pedindo permissão.
Puxei a sua nuca e comecei a beijá-lo urgentemente.
Ainda beijando-o, eu puxei sua blusa, e ele me ajudou a tirá-la e atirou-a na areia. Passei a mão pelas suas costas molhadas, arranhando-as de leve. Passei a beijá-lo. Beijei o seu pescoço e fui indo até o seu ombro, deixando beijos e mordidinhas ali.
Ele passou a mão pela minha barriga, pegando na minha camiseta. Tirando ela do meu corpo ele a atirou na areia também e, então ele começou a me beijar.
Beijou o meu pescoço e ombro, deixando mordidinhas também. Tirou meu sutiã e começou a beijar os meu seios, até que passou a sugá-los. Gemi.
O seu membro já estava rígido dentro da calça molhada. Coloquei a mão dentro da água e alcansei a sua calça, desabotoando-a. Abaixei sua calça junto com a cueca e me aproximei dele. Abaixei minha calça junto com a calcinha e ele começou a penetrar-me dentro da água.
Gemi alto. Ele fez vários movimentos, até que eu coloquei minhas pernas em volta dele. Ele começou a andar para a margem da água. Quando já não havia mais água, ele me deixou no chão de areia molhada, e recomeçou os movimentos. Não tentei reprimir os gemidos. Eu queria mais.
Depois de alguns minutos senti que o meu corpo não agüentaria muito mais. Ele se retirou de mim, e nós deitamos na margem do rio.
— Gostou da sua vingança?
Sorri maliciosamente.
— Adoro o fato de você ser um rapaz vingativo.

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