23 de set. de 2012

Capítulo 45

How could you do it?



— Por favor, me diz que você não fez isso. — Ela sussurrou entre soluços, levantando-se em seguida.
— Eu ia te falar, Hayley, eu juro que ia...
— Ia? Quando? Você sai daqui a dois dias!
— Eu tive medo... tive medo de que você...
— Não aceitasse? Chorasse? — Hayley o interrompeu — Você sabia que iria embora e mesmo assim agiu como se nada estivesse acontecendo. O que você ia fazer, Josh? Sair e me deixar uma carta?
Josh engoliu seco e abaixou a cabeça. Hayley levou uma mão a cabeça.
— Você ia me deixar sem nem sequer se despedir... — Ela disse com indignação. — E, sabe, quem dera isso fosse o pior... — Ela soluçou mais alto. — Eu não entendo... Por quê? Por que você está fazendo isso? Uma guerra? Para quê você vai lutar numa guerra, Josh?
— Vou defender meu país.
— Que país?! O mesmo país que te dá as costas quando você precisa de ajuda?! O mesmo país que é criticado por todo o mundo por ser governado por um tirano?!
— O país em que eu nasci! A minha pátria, Hayley! Você deveria ter orgulho de mim. Eu vou defender o nosso país e o nosso povo!
— Orgulho? — As lágrimas caíram. — Você está deixando sua família, os seus amigos. Está me deixando. Não, Josh, eu não devo ter orgulho de você. Vai arriscar sua vida numa guerra, sem nem se importar com ninguém! E quanto a sua família? Os seus amigos? E quanto a mim? — Ela já gritava — O que aconteceu com tudo o que eu fiz com e por você? O que aconteceu com a nossa infância? Isso não vale nada pra você?
— É claro que vale! Eu te amo!
— VOCÊ NÃO AMA! Você me beijou sabendo que iria me deixar, Josh! E... cara! Agora tudo faz sentido. Você estar agindo estranho ultimamente, você não ter medo de altura, ou aparecer sem o piercing de vez enquando. Você escondeu tudo de mim! Eu fui uma idiota!
— Hayley, você tem que entender! Eu tive que fazer isso.
— VOCÊ NÃO ENTENDE QUE FAZENDO ISSO VOCÊ FAZ MUITAS COISAS PIORES? Você vai matar pessoas, e talvez... ser morto.
— É isso que eu quero pra mim! Eu quero lutar! Eu quero ser útil para o meu país!
— Você quer ser morto?! Você não pensa o quão egoísta essa bobagem toda pode ser?! Josh, droga. — Ela voltou a soluçar.
— Você não entende...
— VOCÊ TEM RAZÃO! Eu não entendo! Não entendo como você deixar todas as pessoas que te amam. Josh, que droga, eu te amo demais. Desde pequena. Eu voltei pra cá pra ser feliz, com você... E você está me deixando...
— COMO VOCÊ PODE FALAR EM DEIXAR? — Josh gritou. — VOCÊ ME DEIXOU TAMBÉM, SE LEMBRA?
— Não ouse falar disso! EU NÃO TIVE ESCOLHA! E EU NÃO DEIXEI VOCÊ, CARAMBA! VOCÊ ME DEIXOU. VOCÊ FOI EGOÍSTA OUTRA VEZ E NÃO ME AJUDOU QUANDO EU MAIS PRECISEI DE VOCÊ.
Ela respirou fundo e engoliu um soluço. Continuou:
— Qual foi a primeira coisa que eu fiz quando soube que iria embora, Josh? EU LIGUEI PRA VOCÊ! — Ele engoliu em seco, segurando-se para não chorar. — E O QUE VOCÊ FEZ? VOCÊ FOI MAL. FOI EGOÍSTA. NÃO ME AJUDOU! VOCÊ DESLIGOU O TELEFONE NA MINHA CARA, DROGA! VOCÊ JOGOU TUDO O QUE A GENTE TEVE FORA E SE ISOLOU NO SEU MUNDO! E VOCÊ ESTÁ FAZENDO DE NOVO!
— Eu tive meus motivos! Minha melhor amiga estava indo embora!
— E VOCÊ ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA? ACHA MESMO? ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA DA MINHA VIDA FELIZ COM VOCÊ E IR VIVER INFELIZ DAS MISÉRIAS DA MINHA AVÓ? ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA PRA APANHAR QUASE TODO DIA DO MEU PADASTRO? ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA PRA SOFRER BULLING DAS MINHAS COLEGAS DE ESCOLA? — Ela respirou, enquanto chorava. — Você realmente acha que eu queria ter ido? Nesses dez anos eu só fui infeliz, Josh. Eu não tive escolha. Mas você tem! E a sua escolha foi me fazer sofrer. Novamente. Eu te amo! Eu me entreguei a você. E você está indo embora! Está deixando tudo o que você ama! Está fazendo isso de novo.
Ele abaixou a cabeça.
— Eu reconheço tudo o que você fez por mim. Mas ir lutar ou não é uma escolha minha. — Respondeu apenas.
Ela deu uma passo pra trás e outro pra frente. Limpou por alto as lágrimas com as mãos e os punhos. Ergueu a cabeça e disse:
— Pois bem. Se a sua escolha é deixar tudo e todo mundo pra ir se matar, faça bom proveito. — Ela colocou a mão atrás da cabeça e retirou o colar em forma de coração que havia no seu pescoço. Jogou-o em Josh e saiu dali em passos firmes.
Zac a viu saindo correndo com o rosto vermelho e lágrimas nos olhos. Ele subiu as escadas e foi até o quarto do irmão. O encontrou sentado em sua cama, com a cabeça entre as mãos. Sentou-se ao seu lado.
— Ela descobriu. — Concluiu.
— Sim. — Josh passou as mãos pelo rosto. — Daria tudo para que não fosse desse jeito, mas... não posso voltar atrás. Já me alistei e já fui aceito. Fugir agora não vai adiantar nada.
— Você que sabe, bro. — Zac deu dois tapas pequenos em suas costas, e logo depois o abraçou.
Enquanto isso, Hayley andava em passos rápidos, praticamente correndo, pelas ruas vazias de Franklin. Seu rosto estava molhado de lágrimas.
Josh iria embora. Iria deixá-la.
E dessa vez era bem pior do que da última. Dessa vez, ela o amava de um jeito diferente. Josh era mais do que um amigo/marido de infância. Era seu namorado. E o que ela sentia por ele não se igualava a nada. Ela o amava mais do que tudo, mesmo sabendo da vida dele, do passado dele, das atitudes dele que ela não concordava... Ela o amava mesmo brigando com ele praticamente todo dia... E agora, a dor que ela sentia era como se a acertassem o coração com uma faca afiada.
Ela estava desnorteada. Não sabia o que fazer. E então, ela foi para o único lugar naquela cidade inteira que não lembrava Josh Farro.
A notícia de que Josh lutaria na guerra Israelense se espalhou rapidamente. Quando Hayley não voltou para casa à tarde e nem atendeu o celular, Jessica ligou para os Farro e soube da notícia, afinal, ela precisava saber porque Hayley não havia voltado.
Então Jessica ligou para Joey, que saiu mais cedo do trabalho para saber da filha.
Começou-se então as ligações para todos os amigos de Hayley, que souberam por aí, que Josh estava indo embora, guerrear.
A procuraram em toda a cidade. Sarah, Jeremy, Spencer, Brendon, Jon, Ryan, Taylor e Dakotah continuavam procurando, sem nada achar. Eles estavam aflitos sem notícia da amiga. Tentavam não pensar o pior, mas... às vezes é simplesmente difícil.
Tentaram pedir ajuda à polícia, mas eles não consideram desaparecimento antes de 48 horas. Decidiram continuar a procurar.

[...]

— Como assim, a Hayley sumiu? — Jason perguntou para Sarah ao telefone.
— Sim, ela sumiu. Brigou com o Josh e depois sumiu! Ninguém sabe onde ela tá, Jason. Nós e o pai dela procuramos em todo lugar!
— Eu vou ajudar a procurar, Sarinha.
— Ok. — Ela respondeu aflita.
— Te vejo depois. Qualquer coisa me liga. Tchau.
Jason largou a guitarra na cama sem ao menos desligar o amplificador e vestiu um casaco de couro sintético mais rápido do que ele imaginara ser possível. Pegou o capacete e correu em diração a garagem de sua casa, onde ficava a sua amada moto.
Já era noite. 21h00 para ser exato. Ele ligou os faróis e abriu o portão da garagem com um controle, fechando-o assim que saiu de casa. Passou a pilotar a moto vagarosamente pelas ruas de Franklin, procurando um rastro que seja de Hayley.
Hayley sumida... Ele estava muito mais do que aflito. Muito mais do que preocupado. Se algo acontecesse a ela... Ele não agüentaria.
As palavras de Sarah ecoavam em sua cabeça.

“Jason, a Hayley sumiu.”
“Brigou com o Josh e depois sumiu! Ninguém sabe onde ela tá, Jason. Nós e o pai dela procuramos em todo lugar!”

E então ele soube.
É lógico.
Jason percebeu que se ela havia brigado com Josh e sumido, estando em um lugar onde ninguém encontrava, ela só poderia ir para o lugar onde ela não lembraria de Josh, mas sim, dele.
Um meio sorriso aliviado escapou de seus lábios por trás do capacete azul. Ele acelerou sua motocicleta, torcendo e rezando para que estivesse certo.
Alguns minutos depois ele chegou ao lugar. O monte rochoso que ficava na saída de Franklin, onde ele e Hayley conversaram de verdade pela primeira vez.
Avistou a garota sentada na mesma pedra onde eles comeram batatas-fritas e hamburgers abraçada com suas pernas, olhando para o céu.
Encostou sua moto e deixou o capacete pendurado no guidão. Chegou perto dela. Hayley não o olhou.
Ele retirou seu casaco de couro e colocou por cima dos ombros gelados de Hayley, sentando-se ao seu lado em seguida.
— Como soube que eu estaria aqui? — Ela perguntou sem o olhar.
— Este é o único lugar por aqui que não te traz lembranças dele, mas sim, minhas. — Ele disse, também sem olhá-la.
Ela fez que sim com a cabeça.
Jason a olhou por um momento. Seu olhar estava frio, praticamente congelado, e seu rosto estava vermelho. Aparentava calma. Mas se via a tristeza nela.
— Hayley... — Ele começou e suspirou — ...você sabe que eu detesto de ver assim. Eu sei que a sua briga com o Josh deve ter sido muito feia pra você vir pra cá e...
— Ele vai embora. — Ela disse com a voz pouco embargada. As lágrimas em seu rosto voltaram com toda a força.
— O quê?
— Josh vai pra guerra de Israel como soldado. — Ela disse, chorando em silêncio.
Jason abriu a boca, pasmo.
Como Josh poderia fazer tal coisa? Abandonar Hayley? A banda? Os amigos?
Ele estava quebrando a promessa que ele fez novamente. Tudo o que Jason havia pedido para ele era para fazer Hayley feliz. E agora, por conta dele, ela estava ali, chorando.
Sentiu uma grande raiva o invadir. Apertou os lábios com força e tentou aparentar calma.
Ele colocou uma mão no braço de Hayley e ela o abraçou. Ela precisava de um abraço. Precisava de alguém que simplesmente a abraçasse e a deixasse chorar.
— Porquê... Jason... Me diz porquê... Por que ele fez isso... — Ela desabafava entre soluços, molhando seu ombro. — Eu amo ele... ele tá me deixando... Como ele pôde...
— Se acalma, linda... Eu tô aqui... Se acalma. — Ele disse muito calmo, tentando não demonstrar o desespero por ver sua amada chorar em seu ombro. A apertou para si.
Ele ficou durante mais alguns minutos abraçado a ela. Até que ela se afastou e passou os braços pelo rosto, limpando as lágrimas.
— Jason, eu... Obrigada.
— Não precisa agradecer... Só me deixe te levar pra casa, ok? Seu pai, suas irmãs, sua madastra, nossos amigos... todos estão preocupados com você.
— Me... Me desculpa. Eu não devia ter desligado o celular.
Ele fez que sim com a cabeça.
— Olha — ele disse, limpando uma lágrima que descia com as costas da mão —, eu quero que você saiba, que pra qualquer coisa que você precise, é só me chamar que eu venho correndo. Conte comigo para qualquer coisa, Hayley. Qualquer coisa mesmo, tá?
Ela fez que sim com a cabeça e o abraçou novamente.
— Obrigada Jas.
— Vamos para a sua casa. — Ele disse e ela hesitou.
— Não sei se quero ir pra lá...
— Porquê?
— Ele se declarou pra mim no tapete da sala. — Ela sussurrou alto o suficiente para ele ouvir.
— Te levo até o quarto, Hayley. Mas você precisa ir pra sua casa, precisa comer, precisa dormir. Eu quero o seu bem, linda.
— Não estou com fome ou sono.
— Você passou o dia inteiro sem comer. Vai desmaiar se não se energizar. — Ele disse. — Vamos, Hayles.
Ela fez que sim com a cabeça e subiu na moto com Jason, segurando forte a sua cintura.
Alguns minutos depois Jason chegou com Hayley na casa dela.
Ela estava realmente fraca, e ele a ajudou a andar. Seu pai a abraçou forte e disse para ela nunca mais fazer aquilo. Estava a ponto de castigá-la quando Jessica o repreendeu. Joey prometeu ligar para Sarah e dizer que estava tudo bem. Por pedido de Hayley, fez com que não houvessem visitas naquela noite.
Jason a levou até o seu quarto e acomodou Hayley em sua cama.
— Jessica vai trazer uma sopa pra você comer.
Ela fez que sim com a cabeça sem reclamar.
A tristeza foi tamanha que reprimiu suas necessitades físicas, como por exemplo, a fome, que voltava conforme ela se acalmava.
Hayley comeu o que Jessica deu e, pouco depois, adormeceu. Jason continuava sentado em sua cama, esperando ela dormir. Quando ela o fez, ele saiu do quarto com cuidado.
— Dormiu. — Ele disse. Joey suspirou.
— Obrigado, rapaz. Não sei o que seria de mim se você não tivesse a encontrado.
— Sem problemas... Ahn... Sr. Williams...
— Sim.
— Eu... poderia dormir por aqui? Me acomodo pelo sofá mesmo... Só quero saber se ela vai acordar bem e...
— Tudo bem. — Ele o interrompeu. — Você me traz confiança. — Ele sorriu. — Pode dormir no sofá. Eu acho que Hayley vai querer vê-lo quando acordar.
— Obrigado Senhor. — Ele disse sorrindo.
— Me chame de Joey.
Jason sorriu.
Ele se sentou no sofá e ligou a TV. Passava um filme qualquer, que ele não prestava atenção. Sua atenção estava voltada para o quarto onde uma certa ruivinha dormia. E um certo rapaz que provavelmente dormia em seu quarto agora também, e iria guerrear, fazendo-a sofrer.
Jason estava com raiva de Josh. Ele se sentia mal por Hayley estar daquele jeito. Sabia que a garota era forte, mas sabia também que ela nunca estivera daquele jeito. E a culpa era de Josh. Isso o deixava louco.
No silêncio absoluto ele escutou um grito. Vinha do quarto de Erica e Hayley.
Ele se levantou do sofá e correu até lá, abraçando Hayley que estava com lágrimas no rosto e suada. Estava assustada e ofegante.
— Hey, se acalma. — Ele disse a abraçando. — Foi só um pesadelo...
Erica estava ao lado da cama, parada também.
— Tudo bem, Erica, volte a dormir. — Ele disse e a garota assentiu, deitando em sua cama, mas ainda atenta a cama da irmã.
— Eu vi tiros... — Hayley disse — ...Eu vi tanques... Massacres... Corpos... Eu vi Josh... Eu vi a guerra, Jason.
— Ok, fica calma. Foi só um pesadelo, certo? Nada disso está acontecendo. Volta a dormir.
— Eu não vou conseguir... — Ela disse.
— Vai sim. Só fecha os olhos e relaxa... — Ele disse.
Hayley se acomodou e deitou sua cabeça numa perna de Jason. Ele passou a acariciar os cabelos dela.
Logo depois a respiração dela pesou, e ele entendeu que ela havia voltado a dormir. Mas ele não saiu dali.
Exausto, deixou a cabeça cair para trás e adormeceu sentado, numa cama de solteiro, num quarto de criança.
Acordou pela manhã e olhou no seu relógio de pulso. 9h41 da manhã.
Hayley permanecera do mesmo jeito que adormecera. Com cuidado, ele colocou a sua cabeça no travesseiro e saiu da cama. Saiu pela porta do quarto e encontrou Sarah e Brendon na cozinha, com os Williams. Cumprimentou-os e os chamou até a sala.
— Você dormiu aqui? — Sarah perguntou.
— Sim, eu... Não podia deixá-la.
— Ela está mal, né? — Brendon.
— Sim, está. — Jason abaixou a cabeça. — Sarah, você falou com o Farro? — Ele perguntou sem rodeios.
— Falei com Zac... — Ela disse. — Ele me explicou mais ou menos essa história do Josh.
— E o que houve?
— Ele decidiu isso e se alistou já tem um tempo. Mas só soube que tinha sido aceito em julho... Ele passaria por um treinamento que começaria amanhã e logo depois, seria levado direto pra Israel. E isso é tudo o que eu sei.
Jason cerrou punhos e apertou os lábios com força.
— Porque ele não disse pra ela antes?
— Não queria machucá-la. — Sarah disse de novo.
— Isso é ridículo! — Ele levou as mãos a cabeça. — Não queria machucá-la? Ele faz o que faz com a menina e ainda tem o cinismo de dizer que não queria machucá-la?
— Jas, se acalma. — Sarah disse.
— Estou calmo, Sah. — Ele disse, respirando fundo. — Quer saber de uma coisa? Eu tenho que sair.
Jason saiu da casa dos Williams e pegou seu capacete. Sentou-se em sua moto e passou a pilotá-la rapidamente, em diração a casa dos Farro.
Ao chegar, ele nem sequer tocou a campainha ou bateu na porta. Rodou a maçaneta e entrou, pisando forte, respirando pesado. Ao vê-lo entrar daquele jeito, a Sra. Farro estranhou.
— Jason, o que faz aqui? — Ela perguntou, mas o garoto não respondeu e foi em direção as escadas. Zac, ao notar que havia algo estranho, subiu logo atrás.
Jason chegou a porta que queria. Abriu-a com um movimento rápido, assustando Josh, que abotoava a camisa.
— Cretino. — Jason disse devagar, ainda andando. Fechou a mão e acertou o punho no rosto de, que cambaleou. Jason deu outro soco no rosto de Josh e Josh colocou os braços na frente do rosto. Quando Jason ia dar seu terceiro murro, Zac o segurou por trás.
— Cara, o que deu em você?! — Ele disse, segurando Jason.
— Você é um idiota, Josh! — Jason gritou. — Ela te ama, droga! Você a machucou! A fez chorar outra vez! — Josh tinha uma mão no maxilar e olhava para Jason de um jeito assustado, porém conformado.
— Jason, se acalma, cara! Você não pode vir até a minha casa e agredir o meu irmão! — Zac disse, ainda segurando os braços do amigo.
— Me solta, Zachary. — Ele disse. — Me solta, eu não vou mais bater em ninguém.
E então Zac o soltou. Jason refez a postura.
— Você não merece a Hayley. — Ele disse e saiu do quarto, em direção a porta da casa. Josh colocou a mão no rosto que doía.
— Não pude evitar que ele entrasse. — Zac disse.
— Tudo bem. — Josh respondeu. — Ele tem razão. — Ele quase sussurrou.
Depois de dar a partida na moto, Jason parou em uma lanchonete para tomar café e voltou a casa dos Williams. Foi recebido por Jessica.
— Pra onde você foi? — Ela perguntou.
— Fui resolver uma coisa. — Ele disse apenas. — Ela já acordou?
— Sim... Sarah está com ela.
Jason fez que sim com a cabeça.
Andou até o quarto e deu três batidas na porta. Quando entrou viu Hayley e Sarah abraçadas.
— Ahn... Sarinha... dá pra deixar a gente a sós um pouquinho?
— Claro amiga... Fica bem, ok?
Hayley apertou os lábios e Sarah deixou um pequeno tapa no ombro de Jason antes de sair. Jason se sentou.
— Sabe... queria te agradecer por ontem...
— Não foi nada.
— Foi sim... e é por isso que eu quero que você saiba primeiro...
— O quê?
— Jason, tudo nessa cidade me faz lembrar... você-sabe-quem. Eu não posso continuar aqui, vivendo com as lembranças dele... Não posso conviver com isso... Eu vou sofrer demais... Então, eu liguei pra minha mãe e decidi ir pra Nashville.
— Você... tem certeza? — Ele disse chateado.
— Tenho. Prefiro começar um nova vida do que reviver o passado a cada dia que se passa.
— Não queria que você fosse embora...
— Eu... só quero esquecer. — Uma lágrima que ela tentava reprimir rolou pelo seu rosto. — E aqui não dá.
Ele assentiu.
— Então eu vou te ajudar com a mudança... e vou te ver sempre que eu puder, pra saber se você está bem... E Hayley, se acontecer alguma coisa, qualquer coisa, é só me ligar que eu vou correndo, ok?
— Obrigada, Jason.
— É sério. Pode contar comigo.
Ela o abraçou.
E esse era o plano dela. Sumir de Franklin e acabar com todas as memórias físicas que Josh lhe causava. Depois de tudo o que ela passou, Hayley começaria uma nova vida... De novo.

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