23 de set. de 2012

Capítulo 47

Love me like a woman



— Oi!
A tonalidade laranja do céu já havia se dissipado àquela hora da noite, fazendo uma brisa confortável bater nos rostos das pessoas que, como Sophie e Luke, estavam ao ar livre. Mesmo que o relógio de pulso do rapaz marcasse 9h45p.m., o clima não estava frio, já que eles estavam no fim do mês de julho e o verão estava no seu auge. Em geral, tanto Luke quanto Sophie gostavam das noites de verão, que não eram frias como as de outono ou congelantes como as de inverno, de modo que qualquer pessoa poderia ficar facilmente ao ar livre usando uma camiseta simples de banda e uma calça jeans.
E era exatamente dessa forma que ambos estavam vestidos naquele último sábado de julho, enquanto estavam sentados no concreto, sem sair da fila quilométrica que se fazia em frente ao Nashville Municipal Auditorium. Tanto Sophie quanto Luke estavam perdidos em suas próprias palavras — e, em parte, surtos — quando aquela garota de cabelos castanhos escuros parou na frente deles e cumprimentou-os.
— Olá! — Luke respondeu, abrindo um sorriso simpático, encarando a garota desconhecida nos olhos. Sophie também sorriu, compartilhando de sua saudação e perguntando-se mentalmente se Luke a conhecia, pois não tinha certeza se ela havia cumprimentado ambos ou apenas ele.
— Eu conheço você! — a garota exclamou, sorrindo. — Nós conhecemos você. — Ela corrigiu e apontou pra mais no início da fila, mostrando uma outra garota loira que acabara de acenar. Foi exatamente nesse momento que Sophie percebeu que a menina só havia falado com Luke.
— Sério? — Luke perguntou, umedecendo os lábios e franzindo o cenho, mas sem deixar seu sorriso simpático. — De onde? É que eu não me lembro de você, me desculpa...
— Ah, não! — ela estendeu uma mão, indicando que Luke tinha entendido errado, e deixou uma risada limpa escapar de sua garganta. — Eu conheço você das Rock Friday Nights. Você toca na Paramore, não é? Vocês?
Finalmente!, Sophie pensou. Finalmente se dirigiu a mim.
— Ah...! — Luke exclamou, sorrindo, ainda. — É, nós tocamos.
— Isso — Sophie interveio, sorrindo, já sem paciência. — Nós tocamos na Paramore.
— Que legal! — a garota disse para Sophie, usando de todo a sua falsa animação, posteriormente voltando sua atenção para Luke. — Eu sou a Heather, é um prazer conhecer vocês. Aquela lá é minha amiga, a Stephanie, está segurando o lugar para a gente. Ela não pôde vir falar contigo, por que, tipo assim, a gente tá naquele lugar desde as cinco da tarde, então você poderia ir bater um papo com a gente? Por que, tipo, a gente adora o jeito que você toca. Vimos seu vídeo no YouTube, aquela música... qual é o nome dela? Alguma coisa Business.
Sophie sentiu seu sangue ferver. Certo, ela era uma vadia, que tinha uma amiga chamada Stephanie — ela tinha criado mesmo uma aversão a todas as Stephanie’s do mundo, processem-na —, não sabia nada de Paramore, e estava dando em cima de Luke?
— Misery Business — Luke corrigiu-a, aliviando consideravelmente seu sorriso simpático.
— E, tipo assim — Sophie imitou sua voz —, não é só ele que toca na banda. Nós temos outros quatro integrantes.
— Eu sei — ela sorriu falsamente para Sophie outra vez. — Mas ele é o meu preferido. E da Stephanie também.
Luke deu uma risada abafada, quase sentindo a irritação de Sophie. E, naturalmente, divertindo-se tremendamente com isso.
— Você ao menos sabe o nome dele?! — Sophie aumentou sua voz em pelo menos três oitavas, já indignada.
Heather, ao contrário, não retirava o sorriso falso do rosto.
— Sei, é claro. Eu e Stephanie somos, tipo, uma das maiores fãs dele. De vocês. — Ela pareceu lembrar que a banda era composta por mais além de um garoto bonito de olhos azuis. — Ele é Luke, e você é Sophia, não estou certa?
— Não, não está — Sophie fulminou-a com o olhar, morta de raiva. — Meu nome é Sophie.
Heather riu.
— Ah, por favor, foi apenas uma letra — ela revirou os olhos. — Mas eu conheço vocês. Luke, Sophie, Nate, Max, Dan. Eu sou fã de vocês, por que vocês são simplesmente demais.
Sophie contou até três, tentando estabilizar a calma dentro de si mesma. Então sorriu.
— Bem, já que você é tão fã, nos acha tão demais, e nos conhece tão bem — ela começou, apertando a mão de Luke que estava convenientemente pousada em seu joelho —, deve saber que eu e Luke estamos namorando. Eu creio já ter dito isso em um das RFN, e tenho certeza que você sempre comparece.
Luke teve de morder seu lábio com força para não cair na gargalhada, enquanto Heather aliviou seu sorriso.
— Então, tipo, Heather — Sophie continuou, com o rosto carrancudo —, nós agradecemos se você gosta do nosso trabalho, mas pode descartar a hipótese de Luke ir, tipo, bater um papo com você ou a sua amiga. — Ela deixou-se dar um sorriso vitorioso justamente por ter arrancado o sorriso de Heather, a vadia. — Ok?
Heather revirou seus olhos e voltou sua atenção para Luke, que apenas deixou-se dar uma risada e encolheu os ombros, como se dissesse “é ela que manda”. Bufando, ela resmungou alguma coisa que Sophie não pôde ouvir e virou-se indo em direção ao seu lugar na fila, balançando seu longo cabelo castanho liso.
Sophie revirou os olhos, pensando que nunca se acostumaria com o número de vadias-posers que a Paramore havia ganhado subitamente desde suas apresentações nas RFN, sua conta no YouTube e seu perfil no PureVolume. Quer dizer, ela até conseguia lidar com algumas coisas. Como por exemplo, a passagem das Rock Friday Nights para um salão maior, pois os ingressos comprados já se esgotavam nos primeiros dois dias de venda. Ou as vinte e cinco mil visualizações de Misery Business e CrushCrushCrush no YouTube. Ou as quatro mil e oitocentas “curtidas” no Facebook. Ou o autógrafo que precisou dar outro dia, sentindo-se estranha por escrever seu nome no caderno de uma pessoa que não conhecia mas alegava veemente adorar seu trabalho.
Era bizarro. Mas ela conseguia se acostumar facilmente com isso. O que era bem diferente de se acostumar com número de vadias que simplesmente sonhavam em abrir as pernas para um músico esbelto de olhos azuis não muito famoso, e utilizavam de todos os artifícios e a falta de vergonha na cara conseguirem isso com Luke. Na maior parte das vezes, com ela lá, bem ao lado.
Pensar que é bom as vadias não queriam, certo?
Se bem que, na verdade, essa era a única coisa que vinha irritando Sophie ultimamente — se não contarmos, é claro, suas discussões diárias com Luke, mas ela até gostava disso também. E, certo, eles não estavam tendo muito tempo para discutir, ou mesmo ficarem juntos, ultimamente. Enquanto Luke estudava muito para fazer sua prova — que contaria provavelmente mais da metade em sua carta de admissão à Universidade Brown, em Nova Iorque —, Sophie se dedicava a uma rotina impassível de treino e estudo de piano. Eles não se viam de manhã e no início da tarde, pois era quando Sophie estava na escola. À tarde, Luke recebia aulas particulares da Prof. Lilian Jones (que simplesmente amou a ideia de trabalhar novamente, pois sentia uma falta imensa, em especial quando seu bebê estava dormindo), e Sophie fazia uma pausa no piano para ir paparicar um pouco a pequena Jodie, que havia criado uma ligação incrível com ela. Jodie não sabia falar, pois ainda tinha apenas dez meses de idade, mas só precisava ver Sophie para abrir seu sorriso com poucos dentinhos aparentes, levantar seus braços e resmungar, pedindo colo. Para a mais velha, era, provavelmente, o bebê mais fofo do mundo.
Se bem que Claire também era um bebê extremamente fofo, quando era um bebê, por que agora tinha quase dois aninhos e andava sozinha para todo canto, além de falar como uma tagarela.
Ok, ok. Todos os bebês eram fofos. Sophie tinha uma queda séria por bebês fofos. Faziam-na perder a noção do tempo. Lilian disse certa vez que, ou ela era uma pessoa extremamente maternal, ou ainda era uma criança. Luke aproveitou a brincadeira para dizer que, com certeza, o caso era a segunda opção.
De qualquer maneira, os últimos cinco meses e meio, mais ou menos, tinham sido extremamente cheios. Com Luke estudando no mínimo oito horas por dia, Sophie dedicando-se inteiramente ao estudo de sua música, e ainda o trabalho com a Paramore, eles realmente não estavam tendo tempo para nenhum tipo de diversão. E fora contra a vontade de Luke que Sophie o arrastara para onde eles estavam agora: na fila de um show único que a banda The Pretty Reckless faria em Nashville.
Tudo bem, trabalhar com a Paramore era realmente uma diversão. Mas... não era exatamente isso que ela quis sugerir, pois todo o trabalho que eles andavam tendo realmente com a Paramore era a passagem de som na sexta-feira, já que Max se encarregava de atualizar as redes sociais. Eles gravaram, sim, todas as músicas que já haviam composto (incluindo Oh Star e Adore, mesmo que essas duas não tivessem sido liberadas na internet) na gravadora do pai de Luke, e também as registraram no cartório, afinal tudo o que eles menos precisavam era de um plágio. Mas a gravação das músicas não demorou duas semanas, e foi logo depois que eles fizeram sua primeira apresentação na Rock Friday Night e pelo menos cinquenta pessoas vieram falar com eles sobre a importância de ter músicas na internet. Inclusive Norton.
E, também, Luke andava tenso demais na última semana. A prova dele seria dali a dois dias e a própria prof. Lilian havia dito que ele estava completamente pronto, mas ele insistia que precisava revisar tudo para não se esquecer depois. Estava completamente nervoso e até um pouco paranoico.
— Mas eu já comprei os ingressos! — Sophie havia protestado na tarde do dia interior. Achou que era melhor avisar Luke em cima da hora, pois seria mais fácil convencê-lo a ir, já que ela esperava que ele não aprovasse a ideia de um show dois dias antes do provão. Como esperado por ela, ele suspirou e disse que não iria.
— Eu sei, Sophie... — ele disse, suspirando, ainda com aquela expressão de “por favor, não insista, não é uma boa ideia”. — Acontece que faltam só três dias pro provão, e eu preciso me preparar melhor...
— Ai, Luke, vai se ferrar — ela revirou os olhos, batendo com os dedos mais uma vez nos dois ingressos que estavam em sua mão. — Até a Lilian já disse que você tá completamente pronto, e meu Deus, você é inteligente pra caramba. Você definitivamente não precisa se preparar melhor, por que você já estudou todas essas apostilas de ponta a ponta.
Luke bagunçou os cabelos, sem retirar sua expressão de problema do rosto.
— Eu estudei demais e é sim, bem capaz, de eu dar um branco na hora da prova. E se cair aquilo que eu estudei no início do semestre? E se...
— Luke — Sophie proferiu seu nome olhando bem fundo em seus olhos com a expressão mais impaciente que tinha —, você está pronto. E você precisa de positividade, pelo amor de Deus! Se você ficar achando e dizendo pra si mesmo que tudo vai dar errado, vai acabar dando mesmo.
— Não estou dizendo que tudo vai dar errado! — ele protestou, aumentando o tom de voz também, para logo depois voltar a sua expressão-problema. — Só estou dizendo que não é bom nós irmos para um show de rock três dias antes da maior prova da minha vida!
Sophie revirou os olhos.
— Eu só quero aliviar a sua tensão, pelo amor de Deus! — ela disse, dando ênfase em suas palavras com as mãos. Luke passou as mãos pelos cabelos novamente e ela se aproximou dele, passando as mãos pelas suas costas e beijando seu ombro descoberto por ele estar usando uma camiseta regata. — Vamos lá, Luke. É sempre bom um pouco de diversão pra extravasar. Além do mais, você anda estudando demais e a gente quase não se diverte mais. Só nós, sabe?
Ele suspirou.
— Eu sei, mas... — ele quase deixou sua frase morrer quando sentiu os lábios quentes dela tocarem seu pescoço. Tentou voltar a si: — Mas... eu estou realmente nervoso com a prova e pretendia estudar o dobro nesses próximos três dias. Para garantir.
Sophie riu, em parte apenas para ele sentir a sua respiração no pescoço, causando nele um arrepio. Ela havia aprendido que não era difícil conseguir qualquer coisa dele quando fazia aquilo.
— Eu garanto — ela sussurrou provocantemente. Ou uma boa imitação disso. — Eu garanto que você vai se sair bem por que você vem se preparando para isso já tem bastante tempo. E nada de estudar os próximos três dias inteiros, ok? — ela sussurrou novamente, entre beijinhos provocantes em seu pescoço, deixando suas mãos deslizarem por suas costas e pelo seu ombro. — É verdade quando dizem que nada demais faz bem. Isso inclui os estudos. E o que extravasaria sua tensão melhor do que um show da The Pretty Reckless?
Quando Luke riu, envolveu-a com os braços e disse “uma noite de sexo” ela soube que ele havia aceitado e iria ao show com ela no dia seguinte. Mesmo assim precisou bater nele e chamá-lo de idiota depravado.
Mas sinceramente, o assédio sem nenhuma vergonha das novas posers que a Paramore conseguira com Luke, fazia com que Sophie quase se arrependesse de tê-lo arrastado até ali.
— Menina simpática, não? — Luke perguntou só para irritar, enquanto Sophie ainda fulminava a tal da Heather com os olhos.
— Se simpática for o novo sinônimo de vadia, sim, ela é super simpática — ela disse, revirando os olhos. — Pelo amor de Deus, ela não tinha a mínima vergonha na cara! — esbravejou, virando para Luke, que gargalhava. — Sério, que tipo de vadia chega assim, do nada, apenas para dar em cima do cara, sendo que a namorada dele tá bem aqui do lado?
Luke ainda ria.
— Detalhe que ela queria que eu falasse com a amiga dela também. Acho que estou descobrindo a vida de um rockstar. Ménage. — Foi só o que ele disse para receber um tapa de Sophie e fazer com que ela risse também.
— Sinto dizer, amor, mas você não é um rockstar — ela disse, dando ombros. — É apenas um adolescente de cabelo estranho que sabe tocar uma guitarra. Meninas adoram isso.
— Meninas incluindo você — ele arqueou uma sobrancelha e piscou um olho.
Sophie sorriu.
— Incluindo eu, sim — ela disse, virando-se e colocando uma mão em seu ombro para alcançar seus lábios rapidamente, dando neles um selinho molhado. — Mas no seu caso, unicamente eu.
Luke riu e aproximou seus lábios novamente, só para senti-la perto daquela forma outra vez. Só para sentir seus lábios contra os dela, suas línguas se entrelaçarem delicadamente, um arrepio correr pelo seu corpo com força. Só para sentir por meio daquele ato o quanto ela era apaixonada por ele, e possessiva em relação a ele, ciumenta em relação a ele. Naquelas circunstâncias, além de ser engraçado, era extremamente provocante.
Quando suas bocas se separaram, ele deixou uma pequena mordida em seu lábio inferior e puxou-a novamente, dando-lhe um selinho. Ela sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Se só essa vida de sub-celebridade está mexendo com os seus nervos desse jeito, imagina se a Paramore faz sucesso de verdade — ele disse, enquanto ela voltava em seu lugar na fila, sentada no concreto. — Imagina milhares de Heather’s e Stephanie’s querendo meu corpo nu.
Sophie gargalhou com vontade pela última frase de Luke. Por algum motivo, ele havia mesmo acordado com o espírito humorístico hoje.
— É para isso que existem metralhadoras — ela deu ombros e foi a vez de Luke de rir.
— Você anda muito violenta ultimamente — ele levantou as mãos num gesto submisso, fazendo-a rir novamente. Passou os olhos por onde Heather e Stephanie estavam, e as viram discutindo ou denegrindo alguém em voz alta. Deu de ombros novamente. Oras, o namorado era dela e ela iria ter ciúmes, e brigar, sim, se fosse preciso. E que se danem as vadias posers.
Enquanto suspirava e cantarolava a letra de My Medicine que ecoava do celular de alguém que estava perto, Sophie se pegou pensando em Stephy, a maior vadia de todas. Graças a Deus ela tinha se mudado!
Não sabia bem o que havia acontecido, mas Jenny lhe dissera que ela e Bill foram morar com o pai em Memphis. Sophie não quis saber de mais detalhes, mas simplesmente amou ter Stephy fora da escola e de sua vida. A vida no colégio havia ficado até mais leve, mesmo que não fosse a mesma coisa sem Luke, Julia, Dan, Marie e Nate.
Nate já estava em Louisville há cinco meses, e segundo suas ligações sempre às sete horas e quarenta e cinco minutos da noite, pouco antes de ele se recolher para dormir, a rotina de estudo e treinamento eram bem mais duras do que ele pensava, mas ele estava se dedicando ao máximo e seus superiores não eram tão maus. “Eu nem reclamo por ser obrigado a estar na cama às oito horas, Sophie. O treinamento é extremamente intensivo. Mas estou adorando” ele havia dito certa vez quando ligou e Sophie teve de falar sozinha com ele, pois Joe estava no banho e seus pais haviam saído. Notou uma mudança tremenda em sua voz e quase imaginou-o em um dormitório, deitado na parte de cima de uma beliche, fazendo a ligação rotineira. Depois de rir, perguntou o que tinha acontecido para que ele falasse tudo tão rápido e bem pronunciado, além de certo. Parecia que a fala arrastada e cheia de gírias tinha ido embora desde sua estadia em Louisville.
Mas Nate voltaria para passar a semana seguinte em casa. Hayley estava contando os dias, simplesmente louca e ansiosa por ver seu filho em casa novamente. Sophie se perguntava o que aconteceria quando ela tivesse de ir à Nova Iorque.
— Ei — Luke chamou a atenção de Sophie, retirando-a de seus próprios pensamentos. Ela murmurou um “que foi?”. — Já imaginou se a Taylor Momsen te chama pro palco em Goin’ Down?
Sophie torceu a boca.
— O que acontece em Goin’ Down? — perguntou, e Luke a olhou como se ela fosse uma retardada mental.
— Você não sabe o que acontece em Goin’ Down? — ele franziu o cenho, e Sophie revirou os olhos, pronta para respondê-lo com uma tirada, mas não teve tempo: — Ah, qual é.
— Eu nunca fui num show deles antes, como eu vou saber o que acontece em Goin’ Down? — ela bufou.
— YouTube existe para quê? — ele revidou, ainda com a expressão incrédula.
Sophie bufou mais uma vez, impaciente.
— Vai me dizer o que acontece em Goin’ Down ou não?
Luke riu.
— Não. Vou deixar. Por que, se acontecer de a Taylor te chamar, eu vou achar legal — então ele deu de ombros, fazendo Sophie passar a mão pelo rosto, odiando o fato de Luke ser tão detestável.
— Você é um idiota — ela revirou os olhos. — Me conte o que acontece em Goin’ Down.
— Não contarei — ele respondeu tranquilamente, trocando o peso do corpo para a outra perna.
Sophie fez que não com a cabeça em um gesto de negação e se virou para a sua esquerda, onde um grupo de garotas escutavam Light Me Up. Percebeu que era delas de onde vinha o som de celular.
— Ei, meninas — ela chamou a atenção delas e recebeu um sorriso simpático da mais loira de volta —, meu namorado idiota não quer me contar o que acontece em Goin’ Down. Vocês sabem o que é?
Enquanto três delas começaram a rir, uma outra, a mais loira, respondeu:
— Taylor chama duas meninas pro palco e faz elas tirarem a camiseta, e ficar só de sutiã, isto é, se elas estiverem usando sutiã — ela respondeu, passando a mão pela franja que estava por cima da faixa que ela provavelmente havia comprado agora a pouco. Sophie arqueou as sobrancelhas. — Bem... o resto você pode imaginar só pela letra da música. Espero que ela me chame!
Sophie sorriu, fez um “joinha” com a mão e agradeceu, olhando para Luke que agora parecia que iria morrer de rir. Ele estava com uma mão sobre a barriga, rindo como se nunca fosse parar.
— A sua cara de surpresa — ele começou, intercalando suas palavras entre as risadas — foi... a melhor!
Sophie simulou uma risada, debochando, e revirou os olhos.
— Não vamos ficar tão perto do palco. Meu nível de homossexualidade não é grande a esse ponto — ela disse, dando ombros, apenas fazendo Luke rir mais uma vez.
[...]
Quando as notas fortes da música Hit Me Like A Man começaram a ecoar pelo estádio após a introdução do show, todos os que estavam naquela pista começaram a pular com toda a força que tinham nas pernas. Luke e Sophie estavam entre eles, consideravelmente perto do palco, já que o Nashville Municipal Auditorium só tinha uma pista principal e o resto era dividido entre arquibancadas. A câmera fotográfica estava na mão de Luke, gravando a introdução do show, assim como a maioria das pessoas ali. Mesmo estando no início do show, já se podia ver pessoas por cima das outras, para poderem visualizar os membros da banda melhor. Luke ainda não estava com Sophie nos seus ombros por que havia prometido que só o faria quando começasse Zombie.
O que não demorou muito para acontecer. Logo após Since You’re Gone, em que Sophie basicamente não conseguiu colocar o pé no chão, sendo completamente levada pelos pulos e gritos da multidão, a introdução inconfundível da sua música favorita da banda começou a tocar.
Subir nas costas de Luke não foi realmente uma tarefa fácil, mas não foi impossível. Enquanto ela gritava e visualizava melhor os rostos dos integrantes da banda, começou a cantar o mais alto que pôde a letra que conhecia de cor. Mesmo que estivesse sendo difícil para Luke segurá-la nos ombros com o mar de gente logo embaixo, ele estava se divertindo com aquilo. Os gritos a sua volta das pessoas que cantavam a música com toda a força que tinham nos pulmões lhe davam uma energia que só um show de rock o fazia. E essa era uma coisa da qual ele gostaria de se lembrar.
Por ser mais alto, ele conseguia ver Taylor Momsen, a vocalista, cantando no palco com toda a sua personalidade, e mesmo que ela não pulasse de um lado para outro como Sophie gostava de fazer, deixava qualquer pessoa que se prestasse a assistir aquele show completamente atônito. Isso sem mencionar a habilidade incrível de Ben Philips na guitarra, ou Mark Damone no baixo, ou Jamie Perkins na bateria. Eram todos músicos espetaculares.
E diferente da maioria das pessoas que ali estavam em sua volta, Luke sabia o que era estar do outro lado do palco. Luke sabia agora diferenciar a sensação de assistir um show e a de fazer um show. E, de coração, amava todas elas. Era tão apaixonado pelo palco quanto era apaixonado pela pista. Duvidava seriamente que um dia conseguisse se separar de alguma dessas paixões.
Quando Zombie acabou, Sophie gritou com toda a força que tinhas nos pulmões. Em apenas três músicas, ela tinha certeza que já tinha danificado mais sua garganta do que em duas horas de show com a Paramore. Mas não ligava. Já estava quase se esquecendo do quão bom era assistir um show, e estava tendo a experiência única de assisti-lo nos ombros do namorado. Gloriou-se mentalmente por ter conseguido trazer Luke até lá.
Após Miss Nothing e Just Tonight, Sophie finalmente desceu das costas de Luke e escutou Taylor falar do quanto estava animada por estar ali e perguntar onde estavam suas garotas. Luke olhou para ela e perguntou, gritando em seu ouvido, se ela não queria subir novamente para se candidatar a ir para o palco. Ela riu e deu um soco em seu braço, tomando cuidado para não acertar outra pessoa. Já havia visto três seguranças separarem alguns adolescentes por estarem brigando, e tudo o que ela menos precisava era provocar alguém. Ainda mais em um show como esse.
Mas tudo correu bem durante o resto do show. Tanto Luke quanto Sophie pularam e cantaram todas as músicas, inclusive os covers de System Of A Down e Audioslave que a The Pretty Reckless havia feito. Sophie subiu nas costas do namorado mais uma vez já perto do fim do show, em Make Me Wanna Die. E após Nothing Left To Lose, quando as luzes do palco se apagaram e eles começaram a se dirigir para o portão do estádio com toda aquela multidão, eles mal podiam sentir suas próprias pernas e suas vozes estavam mais roucas do que nunca. Apesar de todo o cansaço, tanto mental quanto físico, eles ainda estavam completamente pilhados e animados, e comentavam um com o outro, gritando, o quão incrível tudo aquilo havia sido.
Não pararam de comentar gritando nem mesmo quando adentraram o carro de Luke no estacionamento do Nashville Municipal Auditorium. Luke ligou o rádio do carro, parando exatamente de onde estava, que só por acaso era a sua playlist de The Pretty Reckless. Sophie, com um sorriso enorme no rosto, via as fotos na máquina e apenas colocou o cinto automaticamente, comentando foto por foto.
— Olha essa! — ela gritou, mostrando a máquina para Luke que acabara de ligar o motor, assim como a maioria dos jovens naquele estacionamento. — A gente tava muito perto!
— Essa você tirou quando subiu no meu ombro — ele disse, apontando para a foto e encaixando seu próprio cinto. Ligou o motor do carro. — Meu Deus! Estou tão pilhado que nem sei se lembro como se dirige!
Sophie gargalhou.
— Então trate de lembrar, senão vai matar todos nós — ela não cessou sua gargalhada enquanto falava. Como se estivesse mais risonha do que nunca.
— Deus me livre! Vou ter estudado todos esses meses para não fazer a prova? — ele gritou, fazendo com que Sophie gargalhasse e o levasse junto também.
Nada melhor do que a sensação pós-show de que você pode ser e fazer tudo.
— O certo seria você ficar preocupado em morrer, mas você fica preocupado em não fazer a prova? — ela perguntou enquanto ele manobrava o carro em direção à pista.
— Mas eu me preocupo em morrer, oras. O que não posso aceitar é morrer antes de fazer a prova — ele riu. — É quase tão ruim quanto se atrasar.
— “Quase tão ruim” — ela repetiu, fazendo-os rir. — Você é um idiota, sabia?
Luke gargalhou.
— Um idiota que você não vive sem — provocou, o que apenas a fez rir mais uma vez. — Eu estou eufórico! E você também, cara, acabamos de sair de um show!
— Agora você gosta da ideia de um show de rock dois dias antes da prova, não? — ela perguntou.
— Ainda é imprudente — ele respondeu e abriu seu sorriso mais uma vez, girando o volante e ultrapassando um carro. — Mas agora que se dane!
Sophie gargalhou, passando as fotos que ela e Luke haviam tirado no show e antes dele. O sorriso não saía de seu rosto, e nem do de Luke. Ela amava essa sensação pós-show que sempre tinha, ou quando assistia um show ou quando fazia um show. Era simplesmente incrível! Incrível a ponto de fazer com que o Luke certinho ficasse completamente louco e a fizesse rir ainda mais. Ela aproximou-se dele e colocou a língua para fora, fazendo uma pose esquisita para a foto que havia tirado. Luke riu e ela voltou para ver o resultado da foto.
Esquisita, mas legal. Decidiu não apagar.
— Ai, cara! — ela ouviu Luke reclamar e olhou para ele, que havia acabado de dar um tapa no volante, visivelmente contrariado. — Qual é!
Soph olhou para frente e viu uma multidão de carros logo mais a frente, na ponte que cortava o rio Cumberland. Eles ainda não haviam entrado na ponte, e nem poderiam, visto o enorme engarrafamento que se seguia. Sophie logo pensou que um acidente ou algo parecido faria o trânsito parar dessa maneira.
— Ninguém merece! — Luke esbravejou novamente. — Isso vai estragar totalmente o meu humor pós-show! Vou acabar dormindo em cima do volante!
Sophie riu.
— Eu estou aqui, não vou deixar você dormir — ela disse, passando uma mão pelo braço de Luke e vendo o rio correr logo a frente deles, calmamente.
— Mas e se você dormir? — ele perguntou, encarando-a.
— Você não me deixa dormir — ela solucionou, apertando os lábios.
— Mas e se eu dormir?
Sophie revirou os olhos.
— A gente não vai dormir! — gritou, fazendo-o rir. Após sua risada ele suspirou e deu outro tapa no volante, acelerando de leve o carro e vendo a pista 1st Ave N à sua direita. A ponte e o trânsito horrível à sua frente. O Cumberland logo mais abaixo.
Então ele sorriu maliciosamente.
— Tem razão — ele murmurou, fazendo sua voz sobressair pouca coisa a mais da voz de Taylor Momsen que ecoava dos autofalantes do carro. Sophie o encarou. — A gente não vai dormir.
Então Luke deu a seta e virou o volante em direção à outra pista, saindo do trajeto desgastante que incluía a volta para casa. Sophie franziu o cenho, confusa.
— O que você tá fazendo? — ela perguntou, vendo o carro entrar na 1st Ave N e subir no meio fio, indo em direção ao gramado mais perto do rio Cumberland. — Pra onde você tá indo?
Luke apenas sorriu.
— São meia-noite e quinze e a ponte está com um engarrafamento enorme — ele disse, dirigindo com cuidado sobre a grama. — Nós estamos no meio do verão. Eu acabei de sair de um show simplesmente incrível e estou pilhado. Esse engarrafamento pode tirar minha euforia completamente, e eu não tô a fim de deixá-la ir — ele continuou sua explicação enquanto pisava no freio do carro, fazendo-o parar exatamente embaixo da ponte. Puxou o freio de mão e estralou os dedos da mão. — Então eu estou indo dar um mergulho.
Sophie arregalou os olhos e abriu a boca, surpresa.
— Vai o quê?! — ela perguntou, achando que seu namorado estava oficialmente maluco. — Luke, caramba, é meia-noite! Eu acho que nem se pode nadar no Cumberland!
— Mas claro que pode! — Luke deu ombros. — É o Cumberland. É público. Qualquer um pode. E eu tô afim.
— Você tá ficando maluco?! — Sophie perguntou enquanto ele tirava a camiseta regata pelos ombros. — Luke, amor, é tarde da noite. Você quer mesmo estacionar o carro embaixo da ponte tarde da noite apenas para dar um mergulho no Cumberland, que provavelmente tá muito frio?!
— Finalmente você entendeu — ele disse, fingindo uma piada e dando uma risada logo depois. Sophie revirou os olhos. — Qual é, Soph, não era você que queria extravasar? Jogar o estresse fora? Vamos!
Sophie bufou, ainda sem acreditar que Luke estava maluco a tal ponto.
— Caramba, Luke! O extravasar que eu disse era nós irmos a um show de rock típico e pular até cansar! Só isso!
Luke riu.
— Então, nós já fizemos isso. Agora vamos dar um mergulho no Cumberland — ele retirou os sapatos e as meias, ficando apenas com a calça jeans. O ar que entrava pela janela não era frio, afinal, era verão. Mas ainda assim, nadar de madrugada no Cumberland era nada menos do que loucura!
— Vamos nada! — ela gritou, fazendo Luke rir. — Pode pegar esse carro e dirigir de volta para a ponte, vamos!
Ele continuou rindo.
— Não tô mesmo a fim — disse, encolhendo os ombros e abrindo a porta do carro.
Meu Deus do Céu, Luke havia fumado alguma coisa enquanto ela não estava vendo?! Onde diabos estava o Luke certinho e regrado?
Ele sorriu e olhou para Sophie, ainda dentro do carro. Ela bufou e saiu lá de dentro, colocando apenas um pé para fora e se erguendo, enquanto encarava seu namorado que havia acabado de pirar de vez.
— Se você não voltar eu vou pegar esse carro e ir embora sozinha! E vou te deixar só de cueca no meio da rua Woodland, seu idiota! — ela esbravejou com toda a pouca voz que tinha, fazendo Luke dar uma risada alta.
— Eu ainda estou de calça — ele apontou para as próprias pernas. — Nós ainda não estamos na rua Woodland. E além do mais, você me ama demais para me deixar sozinho. — Ele piscou um olho, fazendo-a revirar os seus. — Ainda mais quando eu peguei a chave do carro — e então ele balançou o molho. Sophie passou uma mão pelo rosto, fazendo que não com a cabeça.
Nota mental: Nunca mais levar Luke a nenhum tipo de show ou evento que descarregue mais endorfina que o normal no cérebro.
— Luke, eu não tô brincando, vista a sua roupa e volte para o carro! — ela gritou mais uma vez e sentiu sua garganta doer e sua voz falhar no fim da frase. Pigarreou. — Agora!
Luke riu, abaixando a cabeça, e se aproximou de Sophie com um sorriso sincero nos lábios. Seus olhos, que à luz da lua pareciam azuis escuros, estavam calmos como se estivessem achando tudo aquilo um grande deboche. Então ele deu uma risada alta, como se estivesse rindo de Sophie.
— Você acreditou mesmo — ele começou após acalmar-se, aproximando-se perigosamente até ela sentir sua respiração quente no pescoço — que eu ia mergulhar no Cumberland frio do jeito que ele tá?
Sophie relaxou os ombros e apertou os do namorado, respirando fundo de alívio. Idiota. Ele sabia bem como enganá-la.
— Claro, né — ela respondeu, segurando sua nuca enquanto ele beijava seu pescoço devagar. Sentiu um arrepio passar pela sua espinha fortemente. — Você estava completamente maluco por causa da sensação pós-show, ou sei lá o quê. Seu bobo, idiota!
Luke riu mais uma vez, passando suas mãos pela cintura da namorada e apertando o corpo dela contra o seu. Sophie sentiu um tremor passar por ela enquanto deixava suas mãos passearem pelo peitoral e pelas costas nuas de Luke.
— Você é muito bobinha, minha linda — ele sussurrou em seu ouvido, deixando uma mordida no lóbulo de sua orelha logo depois. Ela tentou controlar sua respiração e arranhou de leve sua nuca. — É muito bobinha por pensar que eu faria uma coisa dessas.
— Você que é idiota por me fazer pensar que você ia mergulhar nesse rio de madrugada. Sabe-se lá até onde vai sua loucura. — Ela rebateu, sentindo lentamente sua língua passar por toda a extensão de seu pescoço, acompanhado de seus lábios espertos.
— Muito bobinha — ele repetiu, entre seus beijos, descendo uma de suas mãos para a coxa de Sophie e a apertando ainda mais contra si. — Muito bobinha por pensar que eu realmente não vou mergulhar.
Quando Sophie assimilou sua última frase já era tarde demais.
Luke já havia segurado suas pernas e pegado-a no colo, deixando-a completamente sem possibilidade de fugir.
— LUKE, SEU IDIOTA, ME SOLTA AGORA! — ela gritou, debatendo-se da melhor maneira que podia, enquanto Luke apenas ria mais com mais vontade, segurando-a em seus braços tranquilamente. — ME SOLTA! VOCÊ VAI VER, ANDA, ME SOLTA! POR FAVOR, ME SOLTA!
Com uma das mãos Luke tirou a câmera que estava no bolso de Sophie e a largou pela grama, andando em direção aonde a margem do rio começava. Sentiu a terra molhada em seus pés e ficou feliz ao constatar que a água estava fria, mas não gelada.
— Sabe, Soph... — ele começou, falando calmamente, sentindo as águas do rio Cumberland tocarem sua cintura. — É que eu realmente não tô a fim.
Então ele a jogou na água, mergulhando com ela logo em seguida, ensopando-os imediatamente. Sophie encheu todas as vias respiratórias de água e mergulhou de vez, nadando para cima em seguida. Cuspiu a água que havia em sua boca e passou as mãos pelos olhos, vendo Luke morrendo de rir mais a frente.
O ódio que sentia apenas ficou maior quando constatou que estava completamente vestida e ensopada, seu cabelo estava simplesmente deprimente, sua maquiagem provavelmente estava indo embora com a maré do rio, e seus all stars novos estavam cheios d’água. E, claro, Luke estava rindo de tudo isso por que ele tinha causado tudo isso.
— Seu idiota! — ela gritou mais uma vez, mas sua voz mais pareceu um grunhido rouco. Luke nadou até ela e ela passou a diferir todos os socos que podia no seu ombro, xingando-o incessantemente. — Olha só o que você fez!
Luke ignorava seus golpes lindamente e apenas deu uma outra risada alta.
— Ei, você já tá molhada mesmo! — disse, segurando suas mãos para que ela parasse de xingar e prestasse atenção em suas palavras. — Vamos lá, eu só quero aliviar a sua tensão! Um pouco de diversão é bom pra extravasar. E já tem um tempão que a gente não se diverte, só nós, sabe?
Sophie abriu a boca em pura indignação e o xingou mais uma vez:
— Seu grande filho da mãe! — gritou a plenos pulmões, conseguindo por um puro milagre que sua voz saísse da garganta. — Então quer dizer que isso tudo é só por vingança por que eu te tirei daqueles livros chatos pra te levar pro show?!
Luke encolheu os ombros, ainda segurando os punhos de Sophie que insistiam em bater nele.
— Hum... é. — Confirmou, fazendo-a gritar de raiva e tentar bater nele de novo, mesmo que suas mãos estivessem imobilizadas. — Mas por favor, é uma vingança legal!
— Legal é o soco que eu vou enfiar na sua cara, seu idiota-vingativo-maluco-insuportável! — ela disse tudo rangendo os dentes, fazendo com que Luke apenas desse mais uma risada animada.
— E como você vai enfiar um soco na minha cara se eu estou segurando suas mãos? — ele perguntou super calmo, fazendo-a bufar e desistir de bater nele por puro cansaço.
— Ainda te mato — ela murmurou. — Seu idiota.
Luke riu e soltou um de seus punhos para segurar sua cintura. — Mata nada — murmurou. — Você me ama demais para me matar.
Ela sorriu, enquanto ele aproximava suas testas e lhe deixava um beijo na mandíbula.
— Você anda muito convencido — ela acusou, sentindo suas respirações quentes se misturarem em meio às águas frias. — E muito maluco. E muito idiota.
Luke sorriu outra vez, segurando sua nuca com uma das mãos molhadas dessa vez.
— Culpa sua — murmurou, roçando seus lábios. — Tudo isso é culpa sua. Esse comportamento feliz demais, essa ânsia, essa paixão que tem dentro de mim. É tudo por sua causa.
Sophie sorriu e, segurando seus ombros nus e molhados, aproximou seus lábios de uma vez, tomando-os num beijo urgente e mais molhado do que nunca. Os lábios de Luke estavam gelados e só conseguiam fazer com que aquele beijo ficasse mais urgente e prazeroso do que ela achava que era possível.
Ele devorava seus lábios com voracidade, fazendo com que todos os pelos que haviam nela se arrepiassem completamente. Sophie arranhava sua nuca e passava seus dedos por toda a extensão de suas costas até onde a água batia, sentindo-se completamente extasiada pelo momento e pela sensação que aquele beijo voraz, no meio da madrugada, dentro do rio, causava nela. Por que, querendo ou não, aquilo era loucura! Loucura pura! Eles haviam acabado de sair de um show e deveriam estar a caminho de casa, não se beijando calorosamente enquanto tomavam banho no Cumberland.
Mas, sinceramente, quando as mãos de Luke começaram a correr sua cintura por baixo da camiseta, ela não ligou mais. Não ligou mais para o quão louco, imprudente e idiota aquilo era. De verdade, não ligou mais para nada. Só ligou para Luke, o corpo de Luke, os cabelos molhados de Luke, os lábios de Luke, e aquele beijo atormentador e quase selvagem de Luke.
Tal beijo que ainda demorou bastante tempo. Nenhum dos dois sentia vontade em parar, ao contrário: apenas queriam provar mais um do outro. Mesmo que já tivessem se beijado um milhão de vezes, cada uma era diferente à sua maneira. Cada beijo tinha uma peculiaridade, um movimento novo, um gosto novo, uma sensação nova para se usufruir, e isso fazia com que nenhum dos dois quisesse jamais parar com aquele gesto. Sophie gostaria de poder ficar sem respirar durante uma hora inteira apenas para poder beijar Luke, entrelaçar suas línguas, sentir seus lábios contra os dela prazerosamente, além de aproveitar aquele arrepio que sempre passava quando eles se beijavam. Tão bom que fazia com que ela nunca quisesse parar. Como uma verdadeira droga. Sophie não podia negar que estava completamente viciada em Luke, sobretudo quando ele havia feito com que ela saísse de um show e fosse mergulhar as margens do rio Cumberland à meia noite e meia. Aquele vício que tomava conta dela era tão intenso que fazia com que ela simplesmente fosse à loucura quando Luke estava perto. E tudo isso era por culpa dele. Sophie sabia exatamente o que suas palavras queriam dizer, por que era exatamente o que ela sentia quando ele estava perto. Maluca, boba, estúpida. Tudo por causa de Luke. Tudo por amar Luke demais.
Seus pulmões já não se aguentavam mais quando seus lábios foram separados lentamente, e Sophie sentiu-os latejar pela voracidade do beijo que ambos haviam trocado. O ritmo do rio continuava e batia contra o seu corpo quando ela sentiu os lábios gélidos de Luke tocarem seu pescoço e arrepiar os pelos de sua nuca, fazendo-a projetar a cabeça para o lado e suspirar longamente. Seu peitoral nu ainda estava colado ao dela, e ela passava as mãos delicadamente pelas suas costas molhadas e bem definidas, e isso a fazia tremer. O ritmo da água, junto ao corpo completamente desejável de Luke e seus movimentos provocantes no pescoço simplesmente a maltratavam. Não era segredo nenhum que ela era completamente louca pelo namorado, ainda mais devido às circunstancias apresentadas naquele momento.
Sophie deixou suas unhas arranharem as costas de Luke quando sentiu que ele deixava uma marca lentamente em seu pescoço provavelmente gelado pela temperatura do rio e suspirou mais uma vez, segurando a nuca dele com firmeza logo em seguida. As mãos de Luke logo alcançaram o início de sua camiseta que tinha a logomarca da The Pretty Reckless, agora completamente molhada, e a própria Sophie ajudou-o a retirá-la. Luke atirou-a para trás e ela pôde vê-la cair na margem do rio, mas já num local gramado, completamente ensopada. Mesmo assim se deixou sorrir com aquilo e embrenhou seus dedos nos cabelos mais molhados do que nunca do namorado, enquanto ele ainda segurava sua cintura e passara a beijá-la no colo.
Luke sabia que aquilo era loucura, mas sinceramente não estava se importando com as circunstâncias ou a imprudência do que estava fazendo ou estava prestes a fazer. Amava aquela garota que estava em seus braços, suspirando lentamente enquanto ele deixava seus lábios fazerem o caminho até seus seios cobertos pela parte de cima da lingerie vermelha. Amava-a com todo o coração, e não apenas a amava. Ele a queria. desejava. Luke era maluco pro ela, sim, e não negava. Ansiava por ela a todo o momento. Sua boca, seu cabelo, suas mãos, suas palavras, seus carinhos, seu corpo inteiro. Luke sabia que nenhuma garota jamais o deixaria tão feliz, satisfeito e em paz como Sophie tinha a capacidade de fazer. Seu jeito irônico e agressivo, sua mania de ansiedade e querer tudo na hora, seu jeito único de sorrir, sua teimosia, seu beijo assíduo, sua voz harmoniosa, a forma como ela se contorcia em seus braços quando eles faziam amor. Droga, ele amava absolutamente tudonela. Até mesmo o que odiava. E tinha certeza que jamais sentiria isso por qualquer outra pessoa.
Parecendo prestar atenção completamente em seus atos, Luke encarou Sophie nos olhos e passou a ponta dos dedos pelo seu rosto, e só desfez seu contato visual quando seus dedos desceram pela bochecha da namorada até seu pescoço e seu colo. Ouviu-a suspirar quando seus dedos chegaram ao seu seio esquerdo coberto pelo sutiã vermelho e o contornou delicadamente, quase sem força, continuando caminho até chegar a sua cintura. Luke passou as mãos pelas suas costas até chegar ao seu quadril e então colou seus corpos sem aviso prévio, fazendo Sophie suspirar outra vez e sorrir, com o seu rosto a milímetros de distância do rosto de Luke. Apertou sua nuca com força e procurou seus lábios, devorando-os e demonstrando todo o desejo que sentia naquele momento, entrelaçando suas línguas vigorosamente, mordendo seu lábio inferior, fazendo com que uma corrente elétrica corresse livremente o corpo de ambos. O aperto de Luke em suas nádegas já ficara mais forte e devido à aproximação de seus corpos e ela pôde sentir sua animação por baixo da calça, ainda mergulhada na água até a cintura.
Luke separou seus lábios mas não parou de beijá-la e nem descolou seus corpos. Levou sua língua e seus lábios novamente até o pescoço de Sophie e com as mãos que anteriormente estavam em seu quadril e nádegas, desabotoou tranquilamente o sutiã que envolvia seus seios. Saindo de seu pescoço com os lábios, ele deixou seus beijos molhados em seu colo e não demorou até atingir seu seio direito, fazendo com que as pernas de Sophie fraquejassem e um gemido pequeno escapasse de sua garganta rouca. Ela tratou de segurar a nuca molhada do namorado que tanto amava e desejava e a apertou quando ele começou a sugar seu seio que já estava com o bico enrijecido.
A água que a envolvia estava fria, mas a língua de Luke estava pegando fogo. Não fosse a excitação e o desejo puro que corriam em suas veias nesse momento, ela provavelmente estaria rangendo os dentes de frio, com os lábios roxos. Mas a temperatura de seu corpo estava elevadíssima, ela sentia. Sentia que tudo isso era resultado do prazer que Luke lhe dava, quando seus lábios em contato com seu seio a fazia querer explodir de desejo. E esse contraste enorme de temperatura por algum motivo fazia com que o momento apenas ficasse mais excitante do que poderia. Ela sentia sua intimidade pulsar dentro da água gelada, sentia um calor indescritível passar pelos seus seios conforme os movimentos de Luke, e não podia controlar os gemidos roucos que escapavam de sua garganta. Não controlava as vezes que arranhou a nuca ou o ombro de Luke, simplesmente por não saber o que fazer. Achava sinceramente que se não fosse pela gravidade perder parte do peso na água, já teria perdido a força nas pernas. Na verdade, ela estava realmente exausta, e a única coisa que a mantinha de pé era o desejo imensurável que sentia por Luke.
Ainda continuando com seus movimentos, ele segurou as coxas de Sophie com apenas uma mão e a ergueu sem nenhuma dificuldade, uma vez que eles ainda estavam dentro da água, e deu mais dois passos em direção ao rio até a água bater no meio de sua barriga. Sophie não tocou o chão com os pés quando ele passou a massagear o outro seio com uma mão, ainda deixando-a submersa. Ela abraçou sua cintura com as pernas, mesmo que ainda estivesse com a calça, e segurou a nuca de Luke com as duas mãos outra vez, suspirando e gemendo ao sentir sua boca esperta em seu seio junto ao fato de não estar tocando o chão. Era simplesmente incrível o quanto aquilo conseguia ser prazeroso e inidôneo ao mesmo tempo. Quer dizer, com certeza nunca passara pela cabeça dela fazer aquelas coisas com Luke tarde da noite bem em baixo da ponte James Robertson Pkwy, nas margens do rio que ela tantas vezes olhara enquanto passeava por Nashville, mas nunca nem cogitara a hipótese de entrar. Aquilo era maluco e provavelmente ilegal. Mas por algum motivo isso apenas a deixava mais excitada do que já estava.
Logo os lábios de Luke deixaram seus seios, fazendo-a suspirar em reprovação. Ele passou as mãos pelas costas nuas da namorada e deu um beijo em seu ombro, enquanto suas mãos pousavam em suas nádegas novamente, e lentamente ele conduziu as pernas de Sophie a se desgrudar de sua cintura. Quando ela pousou seus pés nos chão, viu que seu namorado estava tentando desabotoar sua calça por dentro d’água, enquanto beijava a extensão de seu ombro até o seu pescoço, respectivamente. Sophie levou uma de suas mãos até a nuca de Luke, arranhando-a, e com a outra alcançou o cós de sua calça igualmente, passando os dedos delicadamente pelos glúteos do namorado. A água ainda estava fria quando Luke finalmente desabotoou sua calça mas não se deu ao luxo de retirá-la completamente para contornar o ponto de prazer de Sophie com dois dedos e fazê-la gemer.
Ela arranhou suas costas e sentiu uma corrente elétrica passar pelo seu corpo, enquanto ele massageava seu clitóris devagar com os dedos por dentro da calcinha de Sophie. O fato de sua intimidade estar submersa, assim como os dedos de Luke, parecia que só deixava aquele ato muito mais peculiar e prazeroso. Ela não continha os gemidos que saíram de sua garganta, até mesmo por que sua voz já estava rouca e logo, logo ela não a teria mais. Isso é resultado de um show incrível, uma briga e, claro, Luke.
Então, inesperadamente, Luke retirou seus dedos da intimidade de Sophie, fazendo-a suspirar em reprovação mais uma vez. Ele sorriu e calou sua boca com um beijo molhado e cheio de paixão, aproveitando o gosto de seus lábios até o último milésimo de segundo, mordendo o lábio inferior dela e entrelaçando suas línguas demoradamente, mesmo que seus pulmões os forçassem a se separar pelo fato de suas respirações estarem mais desreguladas do que nunca. Luke sorriu quando suas testas ficaram coladas, ato que por si só a fez sorrir também. Então ele segurou suas pernas com uma das mãos e a pegou no colo, como fizera antes de jogá-la na água. Sophie não teve tempo de perguntar o que ele queria fazer, pois logo seus pés ficaram visíveis para ela e ele começou a tirar seus tênis encharcados rapidamente, atirando-os para onde havia atirado também sua roupa. Ela sorriu enquanto ele tirou sua calça jeans sem muito esforço e a atirou um pouco mais longe, errando sua mira.
Luke também sorriu e, segurando-a daquela forma, viu sua barriga torneada coberta por uma fina camada de água cristalina, mas que agora parecia escura por conta do céu e das estrelas que ele não tivera tempo de notar. Ergueu-a um pouco mais e beijou ali, fazendo-a segurar-se em seu pescoço e arranhar sua nuca novamente. Beijou sua barriga, entre seus seios, seu colo, pescoço, sua mandíbula, e finalmente chegou aos seus lábios, selando-os demoradamente e pousando sua cabeça na água com delicadeza enquanto ela ainda segurava seu pescoço.
Após o selinho, logo os pés de Sophie atingiram o chão novamente, e Luke se afastou dela por um segundo para retirar sua própria calça e sua boxer, atirando-a ainda mais longe de onde estavam as outras coisas. Sorriu quando colou seus corpos novamente e embrenhou os dedos nos cabelos molhados e vermelhos da namorada, conduzindo o beijo voraz que veio a seguir e fazendo suas intimidades roçarem, o que consequentemente fez com que ambos se arrepiassem apenas em pensar o que viria a seguir.
Por instinto, e talvez um pouco de vontade e perversão, Sophie elevou suas pernas para cima e abraçou a cintura de Luke com elas, fazendo com que o contato entre suas intimidades fosse mais íntimo, ainda que não fosse completo. Luke sorriu e ainda segurando sua cabeça, levou uma mão até o seu quadril, ajudando o corpo dela a se chocar contra o seu próprio de uma vez só. Ambos gemeram e ele sentiu o corpo de Sophie se estremecer por inteiro em seus braços. Ela arranhou suas costas e mordeu seu ombro quando ele a penetrou novamente com o dobro da força, dentro da água fria do rio Cumberland, no início da madrugada do último domingo de julho. Introduziu-se dentro dela outra vez, sentindo seu próprio corpo entrar em um colapso, sentindo-se pulsar completamente enquanto estava dentro daquela que amava, sentindo-se queimar de prazer e excitação, o que apenas fez com que ele quisesse repetir seu movimento mais uma vez, e mais uma vez, e mais uma vez.
Tanto Luke quanto Sophie tinham de convir que a facilidade, o ritmo do rio gelado, e o fato de eles estarem em um lugar público, ilegal, deixavam com que tudo ficasse ainda melhor do que poderia estar. Como no ditado. O que é proibido é mais gostoso. Eles nunca haviam tido a oportunidade de provar a teoria, mas agora que tinham, sabiam que era verdade. Era com certeza uma grande verdade. Além, é claro, de ser loucura. Uma completa loucura. Mesmo assim Luke continuava com seus movimentos de vai-e-vem e ela arranhava suas costas loucamente, gemendo quando sua garganta permitia.
— Isso... é... maluquice... — Sophie sussurrou entre suspiros no ouvido de Luke, enquanto segurava sua nuca com força e ele se introduzia dentro dela, segurando suas pernas submersas na água. Ela beijou o lóbulo de sua orelha, gemendo em seguida pela estocada dele.
— Eu sei — ele sussurrou com a voz mais rouca impossível, o que a fez ficar ainda mais fora de si do que já estava. — Mas não... quero... parar.
Sophie sorriu, mordendo o lóbulo de sua orelha em seguida. Beijou o seu pescoço uma, duas, três vezes, suspirando, gemendo, sentindo-o dentro dela com o maior prazer do mundo.
— Nem eu — ela sussurrou quase sem voz, e gemeu alto — ou o mais perto disso — logo em seguida. Luke sorriu, aumentando seus movimentos, já quase sentindo a exaustão em seu próprio corpo. — Mas... alguém pode... nos ver...
Ela não conseguiu terminar a frase, sendo completamente tomada pelo prazer novamente. Luke fez que entendeu e deixou um beijo breve em seus lábios, já que sua respiração não o deixava fazer muito mais do que isso, e com as mãos ele a fez abraçá-lo completamente com as pernas. Enquanto ela mordia seu ombro, ele começou a andar contra a maré do rio, indo em direção à margem. Quando a água saiu de sua cintura ele a sentiu pesar, mas segurou-a em si mesmo com mais firmeza, vendo que ela também apertava seu ombro com mais força do que fazia antes de eles saírem da água.
Precisou de pouco tempo até ele andar até seu carro que estava bem perto da margem e abrir a porta de trás de uma vez. Pousou o corpo da namorada no banco traseiro do carro e lhe deu mais um beijo nos lábios, mordendo-o logo em seguida, antes de também subir no banco e fechar a porta com a mão esquerda.
Sophie segurou a nuca de Luke com as duas mãos e puxou seus lábios para ela mais uma vez, devorando-os em um beijo rápido, mas ao mesmo tempo urgente. Seus pulmões não permitiam que o beijo demorasse muito mais do que dez segundos, mas era tudo o que ela precisava para alimentar seu desejo por Luke, por estar com Luke.
E quando seus lábios se separaram, mas ainda roçando-os, ela sussurrou roucamente, pedindo para que Luke reiniciasse seus movimentos. Ele atendeu seu pedido com prontidão, é claro, óbvio, evidente.
Elevando suas pernas para cima, Luke penetrou-a de uma vez, fazendo-a gemer mais uma vez. Ela arranhou seus braços, enquanto ele refazia seu movimento com um pouco mais de exatidão do que quando eles estavam na água, por causa do atrito e também da tão amada gravidade. Ainda assim, era impossível dizer como ou onde o sexo com Luke ficava mais prazeroso. Simplesmente impossível.
Também era impossível dizer durante quanto tempo ou quantas vezes ele repetiu aquele movimento. Impossível dizer quantas vezes ela ergueu seu quadril contra o membro deleo e gemeu roucamente, tentando pedir em forma de gritos por mais, cada vez mais, mais forte, mais rápido. Ignorando completamente o cansaço do seu corpo, o horário, ou o fato de eles estarem dentro de um carro, embaixo de uma ponte que já não estava mais congestionada. Ignorando o mundo, ignorando tudo, com a exceção deles e o que eles estavam fazendo naquele exato momento. O prazer que corria em suas veias com passagem livre. A luxúria que envolvia seus corpos. A paixão que fluía dos dois. O amor que os fazia ignorar tudo com a exceção deles próprios e o que sentiam um pelo outro.
Mas quando eles chegaram ao clímax juntos e Sophie se deitou por cima do corpo de Luke no banco de trás daquele carro, ela chegou à conclusão de que era, sinceramente, oficialmente, louca, doente. Por ele.



Eu sou forte, mas o amor é malvado. É uma versão de perversão que é somente para pessoas sortudas.
Tome seu tempo e faça comigo o que tem vontade. Eu não me importo. Você sabe que estou doente. Você sabe que estou doente.
Então me atinja como um homem e me ame como uma mulher. Enterre o lado, me olhe nos olhos, eu quero isso. Uma irá te infernizar, uma irá te levar ao paraíso...
Me atinja como um homem... e me ame como uma mulher.
Me ame como uma mulher.

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