ᡶ Fique comigo ᡶ
Oi, bebês lindos :3
PAOSKAÇ~POKAS MEU DEUS, MEU DEUS, eu tenho que falar sobre coisas. Coisas como: essa fic e o que elas tão fazendo com vocês POASKPAOKS
POR QUE DE BOA, EU TAVA COM UM POUQUINHO (...pouquinho) DE RECEIO DE POSTAR A RENASCER. Embora muitas pessoas estivessem ansiosas e tudo mais por ela, sabe, muitas outras viraram par mim e disseram "olha, Sarinha, não curto história e não sei nada sobre 2ªGM. Não vou gostar da Renascer".
E agora tá surtando.
E SABE, ISSO É MUITO FELIZ POR QUE.... era isso que eu queria fazer. Abusar do meu "poder" sobre vocês e fazer vocês gostarem de uma coisa incomum, mas... sei lá, enfim. Gerar comoção. Eu queria gerar comoção. E gerei.
Confesso que nada me deixou mais feliz do que os comentários de vocês no capítulo passado. O modo como vocês ficaram surpresos e tomados e ♥ é exatamente como me sinto ao escrever isso aqui. That's what I wanted.
Obrigada por estarem comigo.
ANYWAY! Hoje (17/12), como vocês sabem, É ANIVERSÁRIO DO NOSSO QUERIDO GUITARRISTA TAYLOR YORK!!!! Por um bom acaso, também é nesse capítulo que vocês vão conhecer o Soldado Taylor York.
Prontos para mais uma viagem?
♥
A respiração calma,
o frescor do sonho na mente, lentamente seus olhos foram se abrindo. A primeiro
momento, a cor marrom preponderando, a falta de captação dos detalhes, ruídos
tristes sendo pegos vagamente pelos seus ouvidos. Sentiu o ar entrando e saindo
dos pulmões enquanto a Terra voltava a ter cor, e ele tomava conhecimento de
onde estava. Sentiu a boca levemente seca e o estômago vazio. Sentiu um leve
calor na nuca. Sentiu uma pouco incômoda dor nos pés. Sentiu que os olhos
queriam voltar a se fechar, e quase cedeu à vontade, não fosse a imagem que
repentinamente surgiu a sua frente.
Joshua sorriu, seu
coração se aquecendo de repente. Ali estava ela. Seu anjo. O anjo que ele se lembrava tão bem, de seus sonhos mais
confusos, porém, tranquilos.
Não era apenas um
delírio desesperado. Ela existia.
— Você é real — sua
voz saiu rouca e desigual por falta de uso. O rosto dela, da mesma forma que
ele se lembrava, ganhou certa cor. Sua boca esboçou um sorriso e seus olhos
verdes encararam-no enquanto, sem muitas cerimônias, ela passou as mãos pela
cintura dele, forçando-o a se sentar. — Achei estar delirando.
Ela não abandonou
seu sorriso calmo e bonito, os dentes pouco separados, as maçãs do rosto belas
e proporcionais, levemente coradas de um tom rosado.
— De fato, estava —
disse ela, virando-se por um segundo para segurar um copo de alumínio portando
um líquido que Joshua pensou ser água. — Chamou-me de anjo mais de uma vez da
última vez que esteve consciente.
Sem saber bem como
isso foi acontecer, os lábios do soldado portaram um sorriso bonito, fazendo a
enfermeira perder-se por um segundo. Joshua sequer se lembrava da última vez
que sorrira. Porém, com ela, sentia-se à vontade. Sem dor, sem decepção, sem
angústia, sem sede de vingança. A simples presença dela lhe dava paz.
Paz o suficiente
para sorrir.
— Não menti — disse
ele, desfazendo lentamente o sorriso, para que ela entendesse de fato que ele
não a estava cortejando (ao menos, não ainda). Honestamente, achava-a um anjo.
Mesmo que isso a fizesse corar e negar levemente com a cabeça, como fazia
agora. — Posso... saber o seu nome?
Com um novo sorriso
nos lábios, ela encolheu os ombros, como se não visse problema em
apresentar-se.
— Hayley — disse,
finalmente. Com cuidado levou o copo de alumínio até os lábios secos de Joshua,
que bebeu o líquido, sentindo-o molhá-lo inteiro por dentro. Não percebeu que
estava com tanta sede. — Será que eu posso saber o nome do soldado que insiste
em chamar-me de anjo?
Joshua mordeu um de
seus lábios e encarou-a nos olhos mais uma vez. Hayley. Então era esse o nome dela. Fatidicamente, Joshua não pôde
deixar de pensar, o nome combinava com ela. Combinava com seu sorriso cativante
e seus olhos verdes. Combinava com seu cabelo louro, levemente solto pelos
ombros, e combinava com seu corpo pequeno e bonito. Hayley. Combinava
perfeitamente com um anjo.
— Sou Joshua — disse
ele, finalmente respondendo à pergunta da moça. Ainda com o sorriso nos lábios
rosados, ela assentiu com a cabeça, como se estivesse pensando exatamente a mesma
coisa que Joshua pensara há pouco tempo sobre o nome dela.
Parando de encará-lo
por um momento, Hayley virou-se para a mesma mesinha onde portava o copo em que
Joshua acabara de beber água. Segurou uma pequena tigela também de alumínio e
olhou para ele, mais séria.
— Consegue
alimentar-se sozinho, soldado? — perguntou ela, fazendo Joshua franzir o cenho.
Ele respirou fundo, dando-se conta naquele momento que não sentia mais frio.
Não sentia mais dor. Não sentia mais a ânsia de vômito. Não sentia mais nenhum
sintoma da maldita doença.
Levantou suas mãos,
dando-se conta da força que retomara ao corpo, e esticou-as para o alto o
máximo que pôde. Espreguiçou-se, finalmente, e sentou-se melhor na maca. Olhou
para Hayley, que o assistia pacientemente, e sem motivo, sorriu.
— Creio que sim,
anjo — disse ele, numa brincadeira que fê-la sorrir e corar mais uma vez.
Hayley negou com a cabeça, como se discordasse daquilo, e sentou-se de frente
para a maca de Joshua. Agora ele podia ver claramente os seus olhos verdes
esmeralda, brilhantes, espelhando sua alma. Céus,
como ela era linda.
— Pois bem — disse
Hayley, entregando-lhe a tigela posteriormente. — Como não sabemos como anda
seu organismo, fizemos uma simples sopa de grãos. Deve matar sua fome. Está com
fome, soldado?
Joshua assentiu com
a cabeça, segurando a tigela e tomando friamente a primeira colherada. De fato,
não era a sopa mais gostosa que ele já tomara, mas acalmava seu estômago que se
revirava de fome.
— Isso é ótimo — disse ela novamente, tomando
o gesto de Joshua como um sim. — É mais do que ótimo.
O soldado encarou a
moça, vendo os olhos dela brilharem, sem entender o motivo.
— Por quê? —
perguntou ele, então. Viu Hayley sorrir abertamente.
— Josh, você está
bem — disse ela, sorrindo. — Dormiu por três dias seguidos desde a última vez
que conversamos. Não sente mais dor, está comendo bem, está bebendo água. Olhe
para você mesmo. Está mais corado, mais disposto, mais forte. Está sorrindo. E, pelo que vejo... —
lentamente, as mãos macias de Hayley tocaram a testa de Joshua, afastando o
cabelo liso — ...você não está mais com febre. Você... curou-se, Josh. Você conseguiu curar-se.
Lentamente, Joshua
foi entendendo todos os motivos. Sim, era verdade, ele se sentia
imensuravelmente melhor. Seria capaz de sair andando calmamente se quisesse,
sentia fome, não se sentia tão fraco, podia ver que engordara — mesmo que ela
houvesse lhe dito que ele dormira por três dias seguidos. Não sentia mais frio,
ou dor. Na realidade, nem sequer se sentia angustiado.
Sua cura não havia
sido apenas física, mas também emocional. Joshua soube, então, que não
conseguira curar-se. Ela o havia feito.
Ela o salvara.
— Josh — ecoou ele,
com um sorriso no rosto, sem encará-la. — Apenas meu pai costumava chamar-me
pelo apelido. — Hayley levou as mãos à boca, como se achasse ter feito uma
besteira. Abriu a boca para desculpar-se, Joshua sabia, mas ele fez questão de
interrompê-la: — Posso dizer-lhe, senhorita, que não fui eu que me curei. Se
estou curado da doença maligna, a culpa é sua. Você curou-me. Posso me lembrar.
Você é minha cura — ele encarou-a veemente, notando que ela não sabia o que
fazer ou dizer. — Você me prometeu que eu ficaria bem, e fiquei — Joshua
lembrou-a, de modo que um sorriso mínimo nascesse no rosto da mulher. — E, por
favor, chame-me de Josh. Adoro meu apelido quando são pronunciados pelos seus
lábios.
O rosto de Hayley
conseguia ser ainda mais lindo quando claramente ela não sabia o que dizer, e
corava. Sua respiração ficara mais aparente, e foi então que Joshua sentiu uma
grande vontade de tocá-la. Tudo nela era tão perfeito e angelical que ele
queria tê-la junto a ele, sempre.
— Céus! — exclamou
ela de repente, deixando-se levar por uma risada nervosa. Seu rosto conseguiu
ficar ainda mais corado, de modo que Joshua sorriu também, sem entender seu
súbito comportamento. — Detesto isso!
— O quê? — ele
pegou-se perguntando, sem retirar o sorriso do rosto. Hayley, por sua vez,
aliviou o seu para o olhar no fundo dos olhos dele.
— Essa sensação de
que... — ela fechou os olhos por um segundo, procurando as palavras certas para
terminar sua frase — essa sensação de que já conheço você. Ou de que, por algum
motivo, deveria conhecer você.
Josh sorriu com a
declaração.
— Sinto o mesmo —
disse ele, preferindo inibir a vontade de dizer-lhe que sentia muito mais.
Sentia como se ela fosse sua salvação, sua razão para viver, o anjo que Deus
enviara para sua vida.
— Não sei o que
fazer — declarou ela mais uma vez, olhando para baixo e encolhendo os ombros. —
Nesses últimos dias, em que você esteve dormindo, só te acordávamos para
alimentar-te e dar-te de beber. E mesmo que estivesse ainda meio inconsciente,
você sempre pedia por mim. Você não se lembra disso, lembra-se, Josh?
Em verdade, Josh
negou com a cabeça. Tudo o que lembrava-se era da primeira vez que a viu e de
sonhos em que seu rosto era o ponto principal. Fatidicamente, não lembrava-se
de pedir por Hayley quando supostamente era acordado.
— Não sei o que
fazer — repetiu ela, novamente, encolhendo os ombros e dando um sorriso sem
humor. Parecia em conflito consigo mesma, por algum motivo que Joshua não sabia
dizer, mas precisou levar sua mão à dela. Apertou-a delicadamente, fazendo-a
olhá-lo nos olhos. Um calor subiu pelos seus braços até inundar todo o seu
corpo.
— Fique comigo —
implorou ele, dando-lhe também uma contrapartida à sua declaração desesperada.
Hayley encarou-o, surpresa, antes de esboçar um sorriso mínimo e apertar sua
mão de volta.
— Tenho outros
doentes para cuidar — sussurrou ela, quase imperceptivelmente.
— Precisa cuidar de
mim primeiro.
— Você já está bem —
contrapôs ela, encarando-o furtivamente.
Joshua esboçou um
sorriso quase sapeca.
— Não, não estou —
disse ele, dando ombros. — Não consigo alimentar-me sozinho.
[...]
— Não consigo acreditar.
Tem certeza de suas fontes, Howard?
O soldado esboçou um
largo sorriso sincero após retirar o cigarro dos lábios.
— Sim, Senhor. Eu
mesmo o vi — afirmou ele, puxando mais uma tragada para os pulmões e soltando a
fumaça no ar. O prazer do cigarro já se apoderava dele com toda a voracidade,
sobretudo quando havia mais de três dias que Jonathan Howard não sabia o que
era fumar. Assim como muitos outros soldados, ele tinha que contar com a sorte
para satisfazer algumas de suas paixões. — Também não acreditava, e não pude
deixar de vê-lo. É como um milagre. Ele está corado, forte. Até mesmo come bem.
Incomodado com a
fumaça do cigarro de um de seus melhores artilheiros de tanques de guerra, o
Sargento Davis tossiu fraco. Não entendia como seus homens deixavam-se vencer
pelos vícios jovens, mas não era isso que agora o deixava pasmo.
Howard havia acabado
de contar-lhe nada menos que um milagre.
Farro se curara da doença tropical, aparentemente sem nenhuma droga ou cuidado
especial. Curara-se sozinho.
Era inacreditável.
Davis deixou-se dar
uma risada despreocupada, quase feliz, e coçou sua barba loura. De todos os
soldados que estava perdendo para a doença, Farro era de longe o mais valioso.
Eminente, forte, destemido, útil, e tinha profunda habilidade e parceria com
suas armas. Sua habilidade bélica era invejável, provavelmente adquirida ao
longo da vida com o pai.
— Não poderia me dar
notícia melhor, Howard — disse o sargento, recostando-se em sua cadeira
empoleirada. A sala de Jeremy não era muito melhor do que o dormitório dos
soldados, na realidade. Apenas um lugar separado para que ele pudesse tomar
decisões importantes e fazer reuniões com os homens em que mais confiava e os
demais sargentos responsáveis pela operação. O lugar era rústico, erguido em lonas
verdes e finas tábuas de madeira, e tinha como iluminação apenas a luz do sol
que entrava pela fresta na lona que era o teto, ou se fosse necessário, as duas
lamparinas que se encontravam na mesa de Jeremy. Não tinha cheiro, assim como
tudo naquele lugar quente e seco. Uma das maiores saudades do sargento era
poder sentir o nariz gelado numa manhã de inverno, ou o cheiro da terra molhada
numa chuva de outono.
Naquele lugar não
havia estações do ano. Era sempre verão.
— Estão dizendo que
Joshua se curou por que não estava doente de fato, mas eu discordo, Senhor —
Jon jogou mais um bocado de fumaça no ar e segurou o pito entre os dedos,
encarando seu sargento com os olhos verdes e tranquilos. — Cheguei a vê-lo
definhar, e posso garantir, ele estava tão moribundo quanto os demais homens.
Receio que a súbita cura dele se deu a sua vontade de vingar o pai. Joshua
precisa lutar.
Jeremy coçou sua
barba, refletindo as palavras de seu artilheiro e amigo. De certa forma, até
mesmo fazia sentido que Farro curasse a si mesmo pela sede vingança e luta. Uma
das coisas que o pai do sargento sempre dizia era que a doença só pega um homem
se ele se entregar a ela.
Talvez Farro fosse a
prova viva das filosofias do pai de Jeremy.
— Temo que a cura de
Joshua tenha se dado por isso — disse o sargento, ainda pensativo. — A vingança
pode fazer um bom soldado, mas faz um mau homem.
— Uma verdade dita —
concordou Howard. — Muitos soldados que aqui estão alistados querem vingança
por suas famílias ou seu país, Senhor. É uma realidade.
Davis assentiu com a
cabeça, concordando tristemente.
— Mal posso esperar
para que esse pesadelo acabe — confessou ele para o artilheiro. Suspirou,
sabendo que o dia seria longo e que teria muito trabalho pela frente. — Eu
agradeço a consideração em vir me contar as boas novas, meu caro. Vou até a
enfermaria para ver Farro assim que me for possível.
— Sim, Senhor —
disse Howard, dando uma última tragada em seu cigarro. Uma pequena continência,
logo o artilheiro estava fora da tenda do sargento, e precisou apertar os olhos
para não cegar-se com o sol escaldante que fazia naquela manhã. Como sempre,
viu poeira subindo enquanto um pelotão inglês partia escoltado de três tanques.
Jon suspirou, sabendo que logo mais era ele que estaria em um daqueles tanques,
manejando seus canhões, correndo risco de vida.
Howard detestava
aquela guerra e mal podia esperar para tudo acabar. Quando decidiu que se
alistaria, meses atrás, pensou que seria uma maneira de ganhar um dinheiro
fácil e ter alguma emoção na vida. Não sabia o quanto estava enganado. Não
sabia no que estava se metendo. Gostaria de voltar para New Jersey, aconselhar
seus amigos a não se alistarem jamais, abraçar seus pais e sua irmã mais nova.
Gostaria de não estar ali, com a garganta seca, sentindo a pele suar sob o sol
escaldante do norte da África. Gostaria de não ter o perigo da morte a todo
segundo. Gostaria de não estar nessa guerra.
Provavelmente,
porém, Jonathan era um dos poucos que pensavam assim. Em seu dormitório, havia
o mais variado grupo de homens brutos e patriotas, que não se importavam em dar
suas vidas pelo país e passavam quase toda a noite falando bobagens, jogando
cartas e dividindo cigarros. No dia seguinte, saíam pela linha de frente até o
campo de batalha, armados, em bandos, e sentiam prazer em atirar nos soldados
alemães e matá-los friamente. Sem se dar conta de que, mesmo nazistas, muito
provavelmente aqueles homens tinham uma família para sustentar.
Hipócrita. Howard cuspiu no chão, enojado de si mesmo,
enquanto fazia novamente o caminho até enfermaria. Quando se alistou, após o
ataque em Pearl Harbor, achou estar fazendo o certo. Cem dólares no bolso, uma
vida de glória por lutar na guerra contra os homens que queriam o definho da
América. Estava tão errado. Fizera
tantos amigos e os vira morrer, deixando mulher e filhos sozinhos em suas
casas. Estava matando. Todo dia.
Acabava com centenas de famílias toda vez que mirava seu canhão e gritava fogo.
Destruía vidas.
E isso era apenas
tão errado para ele. Por que, então, todos o ensinavam como se fosse o certo?
— Ei, amigo! — Jon
suspirou e abriu um sorriso, reconhecendo de imediato a voz de York. Virou-se,
encontrando o homem com seu chapéu bege virado para o lado e um sorriso no
canto dos lábios. Taylor devia ser o único fuzileiro naval no mundo inteiro que
conseguia manter-se sempre de alto astral. Era um milagre que não estivesse
carregando seu violão velho, encordoado em nylon. — Está indo ver o Farro?
Howard esperou
Taylor chegar até ele, em passos rápidos, para apertar sua mão.
— Estou, sim — disse
o artilheiro. — Vi-o na tarde anterior, mas não pudemos conversar bem. Pensei
em visitá-lo agora, antes de deitar-me um pouco.
— Sairemos em poucas
horas — Taylor colocou uma mão no quadril, respirando fundo o ar seco africano.
Howard sabia que o rapaz também não era um fã das guerras, mas Taylor tinha
seus próprios motivos para estar lutando. Era pelo menos dois anos mais velho
que Jon, de vinte e um anos. — Pretendia ver Joshua também. Algo não está certo
nessa súbita cura de nosso amigo. Além disso, ainda não tive a oportunidade de
visitá-lo.
Jon conhecia aquele
sorriso de canto de Taylor. Provavelmente já chegara aos seus ouvidos que Farro
havia sido curado por uma moça. Honestamente, Jonathan não acreditava que
Joshua havia curado a si mesmo por ter apaixonado-se por uma das moças enfermeiras,
mas sabia que Taylor acreditava mais no amor do que em qualquer outra coisa.
Notava-se facilmente pelas músicas que ele costumava tocar em seu violão,
durante a noite.
— Pois então vamos
juntos — disse Howard, já com um sorriso estampado em seu rosto, pondo-se a
andar na direção da enfermaria. Havia alguma coisa no astral de Taylor que
conseguia contagiá-lo. Contagiava a todos.
Jon gostaria de ser
assim. Talvez não se sentisse tão mal por estar na guerra se o fosse.
— Ouviu os boatos?
Dizem que Joshua se curou por que apaixonou-se por uma das enfermeiras — Taylor
pôs-se a falar, e Jonathan sorriu e assentiu com a cabeça. Ora, os boatos sobre
a cura de Joshua era o novo assunto ápice da conversa dos soldados.
Sinceramente, eles podiam tudo inventar.
— Ouvi boatos de que
ele sequer estava doente, ou de que o espírito do pai curou-o para que ele
pudesse vingá-lo — Howard comentou, fazendo que não com a cabeça. — Não se pode
acreditar em tudo o que esses homens dizem, Taylor. Boatos são boatos.
York sorriu.
— Um dos homens está
enamorado de uma enfermeira também, e ela lhe disse que Joshua costuma chamar a
tal moça de anjo — disse ele, com o
tom de voz convencido. Howard sorriu. O amigo definitivamente acreditava
naquela história.
Bem, nada melhor que
um pouco de magia para uma terra tão desprovida de boas emoções.
— Não me parece do
feitio de Joshua — disse Howard, entretanto. Ora, ele bem conhecia Farro, e
sabia que ele era um homem fechado e puramente vidrado em suas batalhas. Quase
nunca o vira sorrir. Apenas quando Taylor conseguia fazer uma piada
verdadeiramente boa.
— Homens podem mudar
por amor, meu caro — contrapôs o fuzileiro. — Sou um exemplo vivo disso. Toda a
felicidade que tenho dentro do peito é por minha amada e minha linda filha.
Antes disso, acha que eu era como sou hoje? Era apenas um molecote.
Howard sorriu.
Honestamente, ainda via Taylor como um molecote.
— Não discordo
disso, mas você há de concordar que as histórias chegam distorcidas aos nossos
ouvidos. A cada boca, uma nova versão — disse ele, consciente de que mesmo
soldados podem deixar-se levar pelo espírito da fofoca. Sobretudo em uma
situação como essa.
— Acho que teremos
de escutar as palavras de nosso querido Farro.
— É a única maneira
para que eu acredite em uma história como essa.
Com sorrisos nos
rostos, os soldados seguiram paralelamente durante mais alguns minutos até
estarem novamente na enfermaria. A posição do sol denunciava que faltava no
máximo uma hora para o meio-dia. Assim que o pelotão inglês voltasse, outros
homens partiriam para a luta quase interminável, e dentre eles, Taylor e
Jonathan. Porém agora suas mentes estavam ocupadas com o estado de Farro.
Logo foi avistada a
tenda que era uma das enfermarias, pouco maior que as demais tendas comuns. Era
possível escutar o lamento dos doentes e machucados que recebiam os cuidados precários
das enfermeiras ou apenas esperavam a hora de sua morte. Tanto Jonathan quanto
Taylor, e todos os demais soldados, sabiam da existência da grande vala situada
a alguns metros das tendas. Foi cavada assim que a operação começou e lá eram
jogados todos os corpos dos soldados que morriam nas enfermarias. Quando Joshua
contraiu a doença, poucas semanas antes, aterrorizou a Taylor e Jon saber que
seu corpo estaria amontoado em meio a tantos outros, enquanto sua alma
frustrada sofria por não vingar o pai.
Agora,
milagrosamente, ele estava curado. Curou-se de uma doença que nenhum outro
soldado conseguira escapar anteriormente, aparentemente sem nenhuma droga,
nenhum tratamento, nenhuma ciência. Todos comentavam esse fato
compreensivamente, uma vez que a cura de Joshua queria dizer que os outros
soldados também poderiam se curar. E curados, poderiam lutar.
— Odeio esse lugar —
Jon escutou a voz de Taylor comentar assim que eles chegaram perto da
enfermaria em que Joshua estaria. Ele saíra da outra tenda, de moribundos
apenas pela doença tropical, e agora estava em uma tenda onde ficavam apenas os
homens que tinham ferimentos mais leves. Ou que estavam ficando loucos.
Infelizmente,
acontecia com frequência. Às vezes o psicológico dos soldados era menor do que
a maldade e frieza que os cercava.
— Eu também — Howard
pegou-se concordando quando passou pelas macas, homens lamentando, enfermeiras
tentando alimentá-los. A tenda cheirava a doença. O sofrimento era tão forte
que parecia engoli-lo aos poucos, eminente, prepotente. O homem engoliu em seco
algumas vezes, desejando não estar ali.
— Sabe onde está
Joshua?
— Sim, sei — Jon
apontou para o fim da tenda. — Logo ali. Vamos.
Seguiram, ambos
incomodados, até o fim da tenda que parecia maior do que todas as outras.
Howard notou que mesmo Taylor retirara seu sorriso do rosto, e isso apenas acontecia
quando o amigo estava enfiado em uma trincheira, portando uma arma, fazendo o
que mais detestava na vida.
Mesmo que, lá no
fundo, Howard achasse que Taylor nunca atirara para matar.
Ao chegar à precária
maca de Joshua, Howard suspirou em reprovação ao ver que o amigo dormia
tranquilamente. Parecia não ter nenhuma preocupação ou medo, descansando como
se estivesse em sua própria casa, mais do que calmamente. Jon nunca vira
ninguém dormir dessa maneira desde que entrara na guerra.
— Parece corado —
Taylor comentou. — Mais forte do que da última vez que o vi. Realmente se
curou.
Jon assentiu com a
cabeça.
— Sim, ele está bem
— disse ele. — Me confessou ontem, no pouco tempo que conversamos, que não
aguenta mais ficar nessa maca. Está maluco para voltar à atividade.
— Me parece uma
atitude digna de Joshua — uma sombra de sorriso passou pelo rosto de Taylor.
Jonathan engoliu em seco mais uma vez, o gosto do cigarro na boca, uma vontade
indefinível de ingerir alguma cafeína tomando-se por sua garganta. Tossiu
fraco, sabendo que Taylor aproximara-se do soldado adormecido por que estava
pronto para acordá-lo.
— Com licença,
Soldados — uma voz doce ecoou, fazendo-os parar. — O Soldado Farro precisa de
descanso, não podem acordá-lo.
Taylor e Jonathan
viraram-se abruptamente, dando-se com a figura de uma mulher que trajava o
uniforme de enfermeira. Cabelos louros, olhos verdes, rosto que apesar de tudo
demonstrava autoridade. Mesmo que não fosse alta, os rapazes poderiam dizer que
ela tinha minimamente dezenove anos.
— Ele estava muito
bem ontem à noite, quando vim visitá-lo — Howard contrapôs a ordem da
enfermeira, decidido a falar com Joshua antes de partir. Taylor muito
provavelmente não aceitaria um não como resposta, também.
— Ainda está em observação,
por isso, precisa descansar — a mulher encarou-os, como se estivesse dando a
última palavra. Taylor suspirou.
— Só gostaríamos de
falar com ele pouco antes de partimos para a batalha — disse o mais velho, já
com o sorriso de volta ao rosto.
— Não vai ser
possível — disse ela, novamente, inalcançável, inabalável. — Voltem mais
tardiamente, quando ele estiver acordado.
— Tudo bem — Taylor
respirou fundo, fingindo-se dar por vencido. — Voltaremos mais tarde, caso
sobrevivamos ao duro e cruel ataque alemão — lamentou-se ele.
Jonathan quase
sorriu ao notar que a mulher deixara seus lábios se curvarem, segurando a
vontade de dar uma risada.
— Bela tentativa,
soldado — disse ela, já sorrindo. Taylor deu de ombros, como se dissesse que
precisava tentar. — Aviso a Joshua que os soldados...
— Howard e York —
disse Jon, completando a frase da moça.
— Howard e York —
repetiu ela. — Digo a ele que os soldados passaram para vê-lo. Muito
provavelmente Josh não ficará mais do que alguns dias aqui.
Jon e Taylor se encararam
por um segundo, tendo certeza de que a enfermeira dissera mesmo o apelido do
soldado Farro. Ela realmente dissera, não
dissera? O sorriso de Taylor deu toda a certeza que Jonathan precisava.
— Tudo bem, muito
obrigado, enfermeira...
— Hayley.
— Hayley — Taylor
repetiu o nome da moça, e Jonathan teve certeza de que o amigo se convencera de
que se existia um “anjo”, ali estava ele.
oooooooi :3
Curtiram? Mereço comentário?
Para quem ficou confuso sobre o Soldado Howard e não se lembra de onde ele vem, ELE NÃO É UM PERSONAGEM ORIGINAL. Acontece que eu sempre quis enfiar o Jon em alguma história e BAAAM OPORTUNIDADE SURGIU. Enfim.
Jon Howard é o guitarrista de turnê da Paramore. Aqui, artilheiro de tanque de guerra. BEIJOS PROS QUE NÃO SABIAM QUE PRECISA-SE DE PELO MENOS TRÊS PESSOAS PRA QUE UM TANQUE DE GUERRA ANDE.
#CoisasQueAprendoEstudandoParaEscreverRenascer
Acho que se o governo revisasse meu histórico eu seria presa ou stuff.
Novamente, preciso dizer o quão... o quão... putz, o quão... incrível é escrever Joshay nessa fic? Eu quero morrer de fofura quando invento essas coisas. Por favor ;-; tão apx, tão apx <3 Eles têm uma ligação tão... ai. Ai, Sarah. Por favor, Sarah. Ai, ai, Sarah.
Gente, cês viram o trailerzinho que eu fiz? *U* Eu já to com esse projeto há milênios, etc, mas só ontem tive a paciencia de juntar tudo de verdade. A qualidade ficou péssima, so sorry, por que VOCÊS SABEM O QUANTO É DIFÍCIL FAZER FIC TRAILER DE BANDAS, PUTA QUE PARIU? PRO INFERNO! JOSH QUANDO APARECE NOS VÍDEOS, OU TÁ COM POKERFACE OU FAZENDO PALHAÇADA. HAYLES APENAS SORRINDO/DANÇANDO/BRINCANDO/JOGANDO/PESCANDO. CARAMBA. ELES NUNCA FICAM TRISTES????????????????????
Se ficam, nunca filmam. Plmdds.
Enfim, eu fiz, se vocês quiserem dar uma olhadinha vai ser +qd+. Se quiserem compartilhar pros amg vai ser +qd+ tb <3
E, ah! Sigam o blog no twitter: @contextuando
Acho que é isso. Comentem pra mim?
Muito amor,
Sarinha <3
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